Opinião Quarta-Feira, 18 de Setembro de 2019, 08h:04 | Atualizado:

Quarta-Feira, 18 de Setembro de 2019, 08h:04 | Atualizado:

Gonçalo de Barros Neto

Utopia para caminhar...

 

Gonçalo de Barros Neto

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Debruçando sobre as grandes questões existenciais, a adequação, não dos sonhos, mas a sua própria liberdade em sonhar, à realidade de tudo quanto pudemos intuitivamente sopesar como possível acontecer, temos no mundo inteligível (mundo das ideias – Platão) seu ápice.

Não pode ser diferente. No mundo material, sensível, portanto, já concebemos, ‘a priori’, a possibilidade ou não da empreitada, do sucesso quanto ao interesse manifestado sobre o objeto, ou o ‘plano’, enquanto vontade.   

Assim, essa reflexão não seria possível sem considerar o fato de que o que dá sentido aos anjos (somente para exemplificar) não são seus corpos e, sim, a ideia que se tem deles.

 Seria possível viver, e feliz, sob a autoridade da realidade material sem sequer divisar uma ideia que ponha cobro à insensibilidade? 

Interessante esta passagem de “Crime e Castigo’: ... ‘ela gosta muitíssimo mais de ti do que de si mesma. Ela é um anjo; e tu, Rodka, tu, para nós, és tudo... Toda a nossa ilusão, toda a nossa esperança’... (Dostoiévski).

Um anjo, porque abnega; e ilusão, sonha e tem esperança. Quem sorri frente às pedras e não sonha diante do brilho das estrelas? 

Sendo uma das virtudes teologais, a esperança faz o homem e a mulher transcender o presente em direção ao futuro (Bloch). Imagine alguém sem ilusão, sonho e esperança? Um ‘chato’, um cruel defensor do pessimismo como forma de vida (de ciência é explicável, sempre). 

A par disso, o homem e a mulher são livres para realizar o próprio projeto existencial. Aliás, condenados a ser livres (Sartre). Lhes serão acrescentados cultura, paixão, desilusão, ideologia, classe etc., tornando-se o que são, e são histórias de si mesmos. 

Que a história de cada qual se encha de esperança e utopia. No mínimo, caminhará. 

Nas lições de Jonathan Silva, ‘Samba da Utopia’:

Se o mundo ficar pesado

Eu voi pedir emprestado

A palavra poesia

Se o mundo emburrecer

Eu vou rezar pra chover

Palavra sabedoria

Se o mundo andar pra trás

Vou escrever num cartaz

A palavra rebeldia

Se a gente desanimar

Eu vou colher no pomar

A palavra teimosia

Se…

E por aí...

Gonçalo Antunes de Barros Neto escreve aos domingos em A Gazeta.

 





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