Estive ontem na audiências pública a respeito do VLT e de obras da Copa do Mundo. Observei com cuidado, sem emitir juízo de valor durante toda a apresentação. Primeiro quis ter a certeza de que não era uma peça política. Depois queria de conhecer os principais pontos.
O secretário de Assuntos Estratégicos, Gustavo Oliveira, fez uma apresentação sóbria e evitou emitir juízos. Ao final, as constatações terminaram muito depressivas. Aparentemente existem grandes questionamentos financeiros em todo o correr do processo das obras e do VLT. Má qualidade também e a clara desobediência às recomendações mínimas da empresa contratada para periciar e auditar as obras.
Porém, o que está feito, está feito. O que me deixou impressionado e muito incomodado nem foi tanto prazo, preço, erros e acertos. Foi a absoluta falta de planejamento quando ás obras, quanto as datas e quanto aos custos.
Aqui, encerro esse tema para abrir uma conversa sobre o planejamento que não existiu ali e, de resto, não existe mais em nenhuma obra pública. Até a Constituição de 1988, e um pouco depois, quando um partido governava como vencedor da eleição, ainda se guardava os ritos de planejamento. Nos governos militares o planejamento era levado muito a sério, pela índole de organização que eles cultivam. Uma obra era avaliada desde a sua necessidade, seus impactos sociais, econômicos, prazo, custo, orçamento e ainda se agregava nela a participação de todos os setores da gestão envolvido direta ou indiretamente. Assim, o plano e os projetos incluíam todos os custos, todos os empecilhos e todas as implicações de modo a não ter que se parar a obra porque alguém envolvido estivesse desinformado.
O que era extremamente respeitado por essa época era o projeto da obra. Antes dele não se começava e nem se fazia obra nenhuma. No caso das obras da copa em Cuiabá, do começo ao fim faltaram projetos e faltou planejamento. Na audiência pública de ontem o que chamou a minha atenção pra valer foi a questão do planejamento. Além dos mais faltam no governo técnicos capazes de fazer planejamento. Mal e mal fazem rascunhos que são chamados de projetos básicos. O projeto final, completo e definitivo não existiu nas obras da copa. Por isso, a confusão foi tão generalizada, os custos fora do controle e a conclusão imprevisível.
Se a gestão Pedro Taques fez essa auditoria, que ela lhe sirva, também, como advertência que não se pode mais administrar a mínima ação sem que haja o respectivo planejamento. Foi didático.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
[email protected] www.onofreribeiro.com.br
artur oliveira
Quarta-Feira, 11 de Fevereiro de 2015, 07h03antonio carlos
Terça-Feira, 10 de Fevereiro de 2015, 15h27CARLOS COUTO
Terça-Feira, 10 de Fevereiro de 2015, 10h09