Uma advogada e um técnico em contabilidade foram presos em flagrante dentro um cartório pelo crime de estelionato nesta terça-feira (21) após tentarem vender um apartamento com documentos falsos em Cuiabá. Segundo as informações, a advogada, identificada como Divaneide dos Santos Berto de Brito, teria se apossado de R$ 25 mil que foram depositados a título de sinal pelas vítimas.

A profissional já acumula cerca de 30 boletins de ocorrência com acusações semelhantes. O crime foi descoberto após Divaneide tentar vender o imóvel para um casal alegando que o imóvel teria sido arrematado por cerca de R$ 500 mil num leilão na Justiça do Trabalho e agora seria vendido por cerca de R$ 200 mil.

As vítimas desconfiaram da conduta da jurista e do técnico de contabilidade, Antonio Carlos dos Reis, e acionaram a Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes. A prisão foi efetuada no momento em que os golpistas tentavam fazer um registro falso da escritura pública do imóvel.

"Chegamos ao local e constatamos que a advogada estava nesse cartório registrando e reconhecendo firma com documento falso para concretizar a fraude que ela estava cometendo com essas vítimas. Ao ser conduzida para a delegacia, constatamos que ela estava de posse de um termo de arrematação da Justiça do Trabalho. Em contato com a Justiça do Trabalho, tomamos conhecimento de que esse suposto termo de arrematação de imóvel era falso e que todos dados que ela havia fornecido eram falsos. Ela havia montado um documento para ludibriar as vítimas no sentido de que teria adquirido um imóvel em leilão e estaria revendendo. Diante desses fatos, estamos autuando ela em flagrante pelo crime de estelionato. Durante as investigações, descobrimos que já existem 30 boletins de ocorrência relacionados a outras fraudes envolvendo compra e venda de imóveis", informou o delegado Vinicius Nazário ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde.

Segundo as informações, o contador tinha conhecimento da fraude e autorizou, juntamente com essa advogada, que ele constasse nos documentos falsificados como sendo o real proprietário desse imóvel. O sinal foi depositado pelas vítimas na conta do contador, que, em seguida, transferiu para a avogada.

Durante o cumprimento da prisão em flagrante, a Polícia Civil recebeu informações de que havia outras vítimas da advogada. "Só na data de ontem, identificamos outras vítimas relatando que também foram enganadas. Teve uma vítima que depositou R$ 50 mil, outra R$ 8 mil, e teve outra que depositou R$ 28 mil. E temos conhecimento de um caso em que a vítima depositou R$ 70 mil para essa advogada e essa advogada acabou depois devolvendo R$ 50 mil", informou o delegado destacando que Devaneide pode ser indiciada também pelo crimesse associação criminosa. 

A Polícia Civil já catalogou que somente em golpes semelhantes a advogada faturou cerca de R$ 170 mil.