Polícia Sexta-Feira, 04 de Julho de 2025, 10h:39 | Atualizado:

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MAGNUS

Alvo da PC por tortura em disputa por terras, prefeito é preso em MT

Advogado, gestor foi flagrado com armas e foi liberado após fiança

ALEXANDRA LOPES
Da Redação

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Alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Tribunal de Justiça no âmbito da operação Circuitus Magnus, da Polícia Civil, o prefeito de São Félix do Araguaia, o advogado Acácio Alves (Republicanos), foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Ele já pagou fiança de R$ 25 mil e foi liberado.

A operação Circuitus Magnus foi deflagrada nesta sexta-feira (4) para o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão contra pessoas investigadas por envolvimento em graves crimes relacionados a conflitos possessórios na zona rural da região nordeste de Mato Grosso. "A Polícia Civil esclarece que o cumprimento de mandados contra um prefeito, durante a Operação Circuitus Magnus, deflagrada nesta sexta-feira (4.7), foi autorizado pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), uma vez que a operação não trata de ação de competência originária, mas sim, de atos de investigação sobre disputas por terras. A polícia informa que o prefeito foi preso por porte ilegal de arma de fogo, pagou fiança e está em liberdade", informou a PC por meio de nota.

As investigações apuram a atuação de criminosos nos crimes de lesão corporal grave, sequestro e cárcere privado, tortura, coação no curso do processo, além de associação criminosa, praticados em disputas por terras em áreas de litígio possessório, ocorridas nos municípios de São Félix do Araguaia e Luciara. As dez ordens de busca e apreensão domiciliar foram expedidas pela juíza da Comarca de Confresa, embasadas nos indícios colhidos durante as diligências investigativas, com o objetivo de apurar a atuação dos suspeitos e obter outras possíveis provas.

Além dessas medidas cautelares, estão sendo realizados atos complementares, como perícias nas apreensões e oitivas dos envolvidos. As investigações continuam com o objetivo de concluir o inquérito policial.

SEQUESTRO

Em abril, familiares do produtor rural André Luiz de Oliveira Magalhães, 42 anos, registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Goiás, acusando o prefeito de São Félix do Araguaia, Acácio Alves (Republicanos), de tortura e sequestro. Segundo a esposa de André, ele foi sequestrado no último domingo (13), quando 10 homens invadiram sua propriedade em Luciara.

Dois funcionários de André também teriam sido espancados, tendo dentes e costelas quebrados pelo suposto grupo comandado pelo prefeito. André foi localizado nesta terça-feira (15), em uma área de mata, bastante ferido. O caso foi exibido no Programa do Pop, da TV Cidade Verde.

A terra em Luciara seria objeto de uma disputa judicial entre André e o prefeito. Procurado, o republicano afirmou que tudo não passa de uma invenção para prejudicá-lo, uma vez que é prefeito de São Félix.

Acusou André de ser grileiro e de invasão. Declarou ainda que ninguém foi sequestrado ou torturado e que já procurou a Polícia Civil para prestar esclarecimentos. Em um vídeo gravado poucos dias antes do desaparecimento, André afirmou que os pneus da caminhonete foram furados.  "Oito de abril, estávamos retornando para nossa propriedade em Mato Grosso, em Luciara. Fomos retirados daqui no dia 5 de abril. Policiais militares vieram à paisana, armados. Tiraram a gente da propriedade. Hoje, vamos retornar para a propriedade... os quatro pneus furados, mas a Polícia Militar vem e tira nós da propriedade." 

No boletim de ocorrência, a esposa de André informou que, no dia 13, por volta das 12h, ele entrou em contato enviando um vídeo, dizendo que duas caminhonetes com mais de 10 homens estavam se dirigindo para a propriedade. Ela disse que uma das caminhonetes pertencia ao funcionário de Acácio, Walisson, conhecido como "Empenado", e que na outra caminhonete estava o próprio prefeito, acompanhado de outras pessoas.

Depois, a mulher afirmou que André enviou uma foto saindo com um guincho manual e alguns pertences na moto, para desatolar uma caminhonete. Ela relatou que, ao chegar na porteira da Fazenda Capricho, os vizinhos perceberam gritos de socorro e viram a caminhonete saindo rapidamente. No local, os vizinhos encontraram apenas a moto e o celular de André.

O boletim de ocorrência ainda informa que testemunhas viram três homens jogando André Oliveira na caminhonete e o conduzindo para uma propriedade próxima, a aproximadamente cinco quilômetros do local onde ele teria sido abordado, em uma área conhecida como Tribunal dos Cangaceiros.

Ainda segundo o boletim, os funcionários de André teriam sido ameaçados de morte. "Os outros dois funcionários que estavam na propriedade da Fazenda Volta Grande foram torturados, tendo dentes e costelas quebrados, e também foram retirados da propriedade por Acácio. Os demais, conforme vídeo em anexo, sob ameaça de morte, disseram que voltariam e os matariam. Ainda, segundo informações, eles presenciaram Empenado e Acácio afirmando que tinham agredido e dado um fim em André Luiz de Oliveira Magalhães. Durante a retirada do veículo do local, Acácio teria gravado um vídeo citando o nome do policial Natan, que teria participado do esbulho praticado no dia 05/04/2025", conclui o boletim.

A Polícia Civil de Mato Grosso informou que foram localizadas três pessoas que estavam desaparecidas em Luciara. Segundo informações, as vítimas, que estavam sendo agredidas na fazenda, conseguiram fugir dos agressores correndo pela mata.

A Delegacia de Polícia Judiciária (PJC) destaca que as vítimas passaram dois dias caminhando até chegarem a outra propriedade rural, onde conseguiram acionar a polícia. Elas, bastante machucadas, foram resgatadas pela Delegacia Regional de Vila Rica e encaminhadas para Confresa, onde passaram por exames periciais. As diligências continuam em andamento para apurar os fatos.





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Comentários (1)

  • Saulo

    Sexta-Feira, 04 de Julho de 2025, 11h36
  • Se tudo que foi falado esse cara deveria ter continuado preso.
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