No inquérito referente à Operação Ragnatela, que mirou membros do Comando Vermelho envolvidos na realização de shows em uma casa noturna, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT) cita um esquema de transferência de presos da Penitenciária Central do Estado (PCE) para o antigo presídio do Carumbé. Entre os beneficiados estaria Paulo Witer Farias Paelo, o WT.
Também é apontado que o ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, teria recebido parte dos R$ 100 mil pagos pela transferência. Ele negou envolvimento.
Na decisão em que autorizou a operação, o juiz João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), citou o esquema de transferência de liderança do Comando Vermelho para presídios de “menor rigor penitenciário”, para possibilitar a comunicação com outros faccionados em liberdade, em especial Wilian Aparecido da Costa Pereira, vulgo “Gordão”, apontado como "testa de ferro" de Joadir Alves Gonçalves, um dos líderes da facção. O esquema teria contado com a participação de outros dois alvos das forças policiais, o policial penal Luiz Otavio Natalino e Winkler de Freitas Teles, ex-diretor do Carumbé (hoje presidente da Fundação Nova Chance).
No inquérito policial há mais detalhes sobre esse caso. “A relação de confiança entre Wilian Gordão e Luiz Otavio fica forte ao ponto que o policial penal faz uma oferta diferente a Gordão. Luiz Otavio oferece um novo esquema, agora para a transferência de presos da cúpula do Comando Vermelho da PCE para o Centro de Ressocialização de Cuiabá, antigo Carumbé”, diz trecho.
Consta que Luiz Otávio enviou prints a Wilian, de conversas com Winkler em que o ex-diretor do Carumbé disse que o esquema conta “com a participação do 'secretário' e ele cobra R$ 20.000,00 por cada preso, fora a parte dele”. Disse também que o dinheiro deveria ser entregue ao segurança do “secretário”.
Wilian aceita a proposta e envia o nome de 5 detentos, todos da cúpula do CV, entre eles o primo dele, Paulo Witer Farias Paelo, o WT, e os conselheiros da facção Jonas Souza Gonçalves Junior, vulgo Batman, e Fabio Aparecido Marques do Nascimento, vulgo Lacoste. “Conforme Pedido de Permuta de 12 de junho de 2020 enviado [...] a Luiz Otavio, verifica-se a solicitação de transferência de 5 internos da Penitenciária Central Do Estado (PCE) para o Centro De Ressocialização Cuiabá (CARUMBÉ) ao secretário Alexadre Bustamante. [...] Conforme mensagem de autorização de transferência [...], verifica-se o parecer da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso possivelmente assinado pro Alexandre Bustamante, Secretário de Segurança Pública, e Leovaldo Sales, Secretário de Ordem Pública, a Winkler, Diretor do CRC, para movimentação dos 5 detentos”.
A investigação obteve imagens com o “parecer favorável positivo” que teria sido assinado por Bustamente. Os R$ 100 mil pagos pela transferência seriam divididos entre o ex-secretário, o ex-diretor do Carumbé e secretário de Ordem Pública em Cuiabá, Leovaldo Sales. “Winkler dá orientações a Luiz Otavio acerca de como será procedido o pagamento da parte referente ao Secretário Alexandre Bustamante, o qual deveria ser a vista em espécie e a entrega ocorreria ao segurança ou à mulher do secretário no estacionamento do Big Lar”, diz trecho.
Na decisão sobre a operação, o juiz negou o cumprimento de mandado de busca e apreensão contra Winkler, por considerar que não ocupa mais a função de diretor de presídio, mas autorizou a medida contra o policial penal Luiz Otávio. Ele ainda suspendeu os dois de suas funções.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT) prendeu na manhã de quarta-feira (5) um total de 8 pessoas e cumpriu 36 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e no Rio de Janeiro contra membros do Comando Vermelho que usavam casas noturnas em Cuiabá para lavar dinheiro do crime.
Ao todo, cerca de 400 policiais cumpre as ordens de prisão e de busca e apreensão. Há ainda sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.
As investigações apontaram, por exemplo, que os criminosos que participavam da gestão das casas noturnas em Cuiabá utilizavam a estrutura para fazer show de cantores conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.
Os acusados repassavam ordens para não que não fossem contratados alguns artistas de outros estados, com influência em outras organizações criminosas rivais, sob pena de represálias da facção.
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Sexta-Feira, 07 de Junho de 2024, 08h01Paulo
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