Bandidos espancam e torturam travesti para obter senhas de cartões

 

Uma moradora do bairro Jardim Bispo Pedro Casaldaliga, em Rondonópolis (212 km de Cuiabá), viveu momentos de terror ao ser rendida, apanhar e ser torturada por dois criminosos que estavam em busca de objetos de valor e dinheiro para "torrarem" em baladas. A vítima, uma travesti de 42 anos, foi rendida quando chegava em casa em seu veículo, um Toyota Yaris, teve uma arma apontada na cabeça e foi colocada dentro do imóvel, onde foi agredida por cerca de quatro horas.

O caso foi registrado na noite desta quinta-feira (14), por volta das 23h30, quando a vítima conseguiu se livrar dos assaltantes. A travesti foi rendida por volta das 19h30. Depois que conseguiu acionar a Polícia Militar, um dos ladrões que continuava na casa, torturando-a mediante ameaças psicológicas e uma arma apontada para sua direção, fugiu tomando rumo ignorado.

Consta no relato do boletim de ocorrência confeccionado pela Polícia Militar, que a vítima sofreu lesões em diferentes partes do corpo, além de hematomas e inchaços na perna esquerda e na cabeça, provocados pelas agressões, como chutes e coronhadas de arma de fogo. A estratégia dos ladrões era obrigar a vítima a fornecer as senhas dos cartões bancários.

Conforme relatado pela vítima aos militares, eram dois ladrões, ambos negros, altos, magros, usando calça jeans, camisetas escuras e cobrindo os rostos com toucas ninjas, estratégia adotada para dificultar a identificação posteriormente. Um deles ficou apontando uma arma contra a vítima enquanto o comparsa recolhia objetos que foram colocados dentro do carro e levados pelo ladrão.

Ao mesmo tempo, outro criminoso permaneceu no local agredindo a vítima, pois pretendia obter as senhas dos cartões para fazer saques em dinheiro. Enquanto estava na casa, o assaltante fez ligações para comparsas combinando de se encontrarem na Boate Al Capone, que é um bar temático situado na Avenida Lions Internacional, no bairro Vila Aurora, em Rondonópolis.

Na conversa entre os ladrões, ouvida pela vítima, eles também mencionaram o nome de uma mulher, comparsa nos crimes, responsável por fornecer uma conta bancária para fazerem transferências via PIX. A vítima ainda estava amarrada quando aproveitou um momento de descuido do criminoso e correu até a frente de sua casa gritando por socorro. Tal ação fez o assaltante fugir para um matagal.

A Polícia Militar fez rondas na região, mas não efetuou qualquer prisão de suspeito. A Polícia Civil foi acionada para investigar o caso, registrado na 1ª Delegacia de Rondonópolis como roubo e lesão corporal.