A chácara localizada no Capão Grande, em Várzea Grande, do sargento da Polícia Militar Heron Teixeira Pena Vieira foi locada dois meses antes do assassinato do advogado Renato Nery, de 72 anos. Na propriedade, os policiais da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) encontraram uma placa razoavelmente grande com o emblema da Polícia Militar, contendo a inscrição "Comando Especializado" logo em seguida.

Imagens do Programa do Pop, da TV Cidade Verde, mostram o lugar tomado pelo mato, bagunçado, como se não tivesse um caseiro há dias. O "QG do Crime" veio à tona na semana passada durante mais uma fase da Operação Office Crimes - A Outra Face, que apura o homicídio do advogado Renato Gomes Nery.

A operação teve como objetivo cumprir seis mandados de prisão temporária contra pessoas envolvidas no crime. Além de Heron, o soldado Wekcerlly Benevides de Oliveira, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos, o 3º sargento Leandro Cardoso e o marceneiro Alex Roberto Queiroz, que trabalha como caseiro e é apontado como o executor, foram presos, além de dois mandados de busca e apreensão.

Os militares estão presos em batalhões diferentes. Alex Roberto de Queiroz Silva está preso no Complexo Penitenciário Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.

O homicídio

Renato Nery morreu aos 72 anos, atingido por disparos de arma de fogo no dia 5 de julho do ano passado, em frente ao seu escritório, na Capital. O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas após o procedimento médico.

Desde a ocorrência do homicídio, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do profissional. As investigações da DHPP apontam a disputa de terras como a motivação para o homicídio de Renato Nery.