Comerciantes e moradores de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, estão indignados com a falta de funcionamento das bases da Polícia Comunitária, no município, e acreditam que a desativação das unidades aumentou a criminalidade nos bairros. Das três bases que existiam em 2011, nenhuma delas funciona atualmente de forma integral. A coordenação da olícia comunitária informou que irá averiguar a situação para tentar resolver o problema.
De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o ideal seria que houvesse atendimento nos bairros Parque do Vale, Cristo Rei, São Matheus e Jardim Imperial. As bases deveriam aproximar as forças integradas de segurança do cidadão, como a Polícia Militar, Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros.
Entre as unidades desativadas, a do Bairro Parque do Lago havia sid, inclusive, reformada com a ajuda da própria comunidade. Entretanto, de acordo com os moradores, ela não funciona há quase dois anos e a entrada já está praticamente coberta pelo mato.
O jovem Rui Barbosa, que mora há 26 anos no local, e já foi assaltado várias vezes, reclama da situação.“Após a retirada da base comunitária aumentou o índice de criminalidade e muitos comerciantes estão deixando seu comércio para investir em outro município”, destacou.
Uma das moradoras do bairro que contribuiu com o material de construção para a recuperação da base é proprietária de uma loja de roupas e contou que já foi assaltada cinco vezes. “É muita bandidagem, insegurança, difícil para trabalhar. Eles entram a qualquer hora, durante o dia mesmo”, reclamou Maria de Jesus.
Já no endereço onde funcionava a base do Bairro Cristo Rei, atualmente é a sede do 25º Batalhão da Polícia Militar. “Trabalhava aqui um soldado do bombeiro, um técnico que fazia confecção de documento e também um policial civil fazendo boletins de ocorrência. Hoje nós só estamos com a Polícia Militar”, relatou o presidente do Conselho de Segurança Comunitária do bairro, Danilo de Moraes.
O coordenador da Polícia Comunitária, Júlio Martins, informou que a situação deverá ser analisada. “Toda implementação de unidade tem incremento das instituições. Então as instituições que se propõem a trabalhar dentro da unidade, leva o seu operador. Se ela não está atendendo, precisamos procurar a instituição, nós a secretaria, para saber qual o motivo que esse servidor não está atendendo ali”, disse o coordenador.
Conforme o Comando do Corpo de Bombeiros, existe um problema com a falta de efetivo. O militar do órgão que trabalhava na base do Bairro Parque do Lago saiu porque se desligou da corporação. A assessoria da Polícia Civil informou que com o fechamento desta base, apenas um investigador da polícia permaneceu no local, onde hoje funciona o Batalhão da Polícia Militar. Entretanto, a PM destacou que já enviou um ofício solicitando a saída do investigador da unidade.
A PM disse também que a responsabilidade pelo caso é da Sesp. Procurada pela equipe de reportagem, o órgão não soube explicar os motivos do fechamento das bases, mas informou que nos Bairros Cristo Rei e Parque do Lago já existe outro tipo de policiamento.
Bocagge
Quinta-Feira, 15 de Maio de 2014, 10h24