Deflagrada na última terça-feira (7), a Operação La Catedral, que investiga um esquema de pagamento de propina na Cadeia Pública de Primavera do Leste, apontou que a organização criminosa teria movimentado pouco mais de R$ 110 milhões com lavagem de dinheiro. Somente um dos envolvidos foi o responsável pela operacionalização, sozinho, de quase R$ 50 milhões, sendo apontado pela Polícia Judiciária Civil como financiador do grupo.
Durante as investigações, foi pedida a quebra do sigilo bancário dos suspeitos, para elucidar os pagamentos de propina em troca de benefícios dentro da Cadeia Pública de Primavera do Leste, além de possíveis indicações para realização de trabalho externo. Os dados obtidos através da quebra de sigilo bancário revelaram que os representados realizaram movimentações significativas de dinheiro em suas contas correntes, assim como em contas de terceiros.
De acordo com os dados apurados pela Polícia Judiciária Civil, entre fevereiro de 2022 e novembro de 2023, os valores movimentados pelo grupo ultrapassam os R$ 110 milhões. Apontado como ‘financiador’ do esquema, Jeová Vieira de Aguiar teria recebido em suas contas, R$ 24.784.622,77, enquanto repassou R$ 24.938.269.98.
Outro que teve uma movimentação significativa em suas contas bancárias foi o diretor da Cadeia Pública de Primavera do Leste, Valdeir Zelis dos Santos, que entre recebidos e repassados, contabilizou pouco mais de R$ 4 milhões. Outro integrante do esquema e apontado como liderança do Comando Vermelho na cidade, Janderson dos Santos Lopes, teve entradas e saídas em suas contas que somaram pouco mais de R$ 7 milhões.
Sua esposa, Thais Emilia Siqueira, que também foi presa durante a deflagração da operação, teve movimentações bancárias que superaram os R$ 2 milhões, quantia semelhante a movimentada a um advogado com R$ 2,4 milhões. Alessandro Soares foi outro suspeito que teve quantias vultuosas transitando em suas contas, somando pouco mais de R$ 6 milhões. Apontada pela Polícia Civil como amante de Valdeir Zelis dos Santos, Edimara Farias Neves teria recebido pagamentos que totalizaram R$ 1,7 milhão em suas contas, enquanto o irmão de criação do diretor do presídio, Gutemberg dos Santos Mesquita, movimentou pouco mais de R$ 2 milhões.
Operação La Catedral
A operação, deflagrada em 7 de maio pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste, apura crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de capitais e facilitação de saída de pessoas presas para atividades ilegais. Foram cumpridas 132 ordens judiciais de prisões preventivas, bloqueios de contas bancárias, além de sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados.
Segundo as investigações, Janderson, principal alvo da operação, realizava atividades ilegais mesmo estando preso e contava com a anuência do diretor da Cadeia Pública, Valdeir Zeliz dos Santos, que deu apoio à formação de uma associação criminosa mediante recebimento de vantagens indevidas.
O grupo criminoso atuava para promover a lavagem de dinheiro de origem ilegal por meio de transações entre terceiros e empresas, além da compra de bens, como veículos e imóveis.
Rodolfo
Sexta-Feira, 10 de Maio de 2024, 23h06FACCIONADO PENAL SOLTO?
Sexta-Feira, 10 de Maio de 2024, 21h54