Polícia Sábado, 22 de Outubro de 2022, 18h:06 | Atualizado:

Sábado, 22 de Outubro de 2022, 18h:06 | Atualizado:

RELATÓRIO

Em MT, 71 dos moradores de rua já foram agredidos por policiais

Dados constam em levantamento feito pela Defensoria Pública

G1-MT

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moradores de rua, agredidos

 

Um relatório feito pela Defensoria Pública de Mato Grosso apontou que 71% das pessoas em situação de rua, que foram entrevistadas pelos defensores, teriam sofrido violência de policiais militares em Cuiabá. Ao todo, foram entrevistadas 53 pessoas que vivem nas ruas.

Segundo a Defensoria, foi criado um projeto para prevenir essa população de qualquer tipo de violência. O g1 procurou a Polícia Militar. A assessoria informou que, por enquanto, a corporação não vai se manifestar sobre o caso. 

As entrevistas começaram no dia 25 de agosto. Os defensores estiveram em locais de Cuiabá onde há uma maior concentração de pessoas em situação de rua. O objetivo é verificar as condições da população, esclarecer direitos, informar sobre canais para denúncia de violação de direitos, e promover outras iniciativas que também tenham como foco a defesa dos Direitos Humanos. 

Os agentes percorreram as seguintes regiões:

Centro Histórico - Beco do Candeeiro

Centro Histórico - Praça Ipiranga

Beira Rio - Orla do Porto

Rodoviária Central de Cuiabá

Rua Comandante Costa

Resultados

Autoria da violência sofrida por moradores em situação de rua

Policiais Militares: 71,7 %

Sem dados: 22,64 %

Grupo de Apoio (GAP): 3,77 %

Comerciantes: 1,89 %

Policiais Militares

71,7 %

Fonte: Defensoria Pública

Primeiramente, o estudo analisa o período em que o entrevistado está morando nas ruas. Conforme o relatório, 28 pessoas estão há dois anos ou mais nessa situação. Outros tópicos sobre documentos e pertences pessoais foram questionados aos entrevistados. 

Os defensores também perguntaram se os moradores já sofreram alguma violência nesse período e 44 dos 53 entrevistados disseram que já foram vítimas de agressões. Questionados sobre a autoria desses casos de violência, 38 deles disseram que foram agredidos por policiais militares.

Segundo a defensora pública, Rosana Monteiro, o estudo é importante para prevenir a violação de direitos humanos.

"A importância decorre da necessidade de uma melhor prestação do serviço da segurança pública em relação a pessoas em situação de rua, prevenindo a violação de direitos humanos contra pessoas que já estão vulnerabilizadas", disse.

A defensora contou ainda que o estudo começou após uma vítima, que é moradora de rua, registrar um boletim de ocorrência por ter tido o corpo queimado por um policial.

Além da violência, os agentes perguntaram se as vítimas já receberam alguma possibilidade de abrigo na capital e, cerca de 45% da população entrevistada, confirmou que já recebeu abrigo.

Recomendação

A Defensoria Pública de Mato Grosso enviou uma recomendação, na quarta-feira (19), ao secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, e ao comandante da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, para investigar policiais por atearem fogo em pessoas em situação de rua.

Os órgãos pedem ainda adoção de medidas para impedir a violência contra a população de rua, praticadas por policiais em Cuiabá.

Segundo a defensoria, as violências reportadas pelas pessoas em situação de rua incluem agressões físicas com uso de pedra, pedaço de madeira, cassetete, violência moral e verbal, proibição de permanecer em espaços públicos, além da destruição de pertences e documentos particulares.

Denúncias chegaram à Defensoria Pública após policiais militares terem ateado fogo em pessoas que vivem na região do Beco do Candeeiro, sendo uma das vítimas hospitalizada com diversas queimaduras pelo corpo, conforme o órgão.

Violência sistemática, aponta defensores

Segundo uma das defensoras que participou da ação, foi constatado a existência de violência sistemática contra pessoas em situação de rua, que pareceu ser intensificada após a roda de direitos humanos.

Defensores e servidores públicos foram ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e tomaram o depoimento da vítima, que afirmou que foi agredida em função das denúncias que fez contra os agentes de segurança pública.

O ofício ainda chama a atenção para a fragilidade e vulnerabilidade das pessoas em situação de rua, que muitas vezes as impedem de registrar a ocorrência policial e formalizar as denúncias justamente diante do risco de represálias.

Além da instauração de procedimentos para apurar violações de Direitos Humanos nas abordagens policiais em Cuiabá, as instituições recomendam aos órgãos de segurança do estado que realizem capacitação e orientação direcionada aos agentes públicos da área, visando coibir atos violentos.

A Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT) e a Polícia Militar têm 10 dias para responder se acatam ou não os termos do documento.





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Comentários (5)

  • ManoVéio

    Domingo, 23 de Outubro de 2022, 15h11
  • Vulneráveis talvez. Mas desse bolo todo aí, certeza que menos de 10% realmente são vítimas de algum sinistro em sua vida. O resto são criminosos contumazes que nem seus CuPinXas o aceitam mais na gangue. Porque esses defensores não vão atrás das filas de pessoas que aguardam uma cirurgia, das filas de pessoas que necessitam de medicamentos de alto custo, de crianças que se encontram situação de evasão escolar, das gestantes que encontram dificuldades para fazer um pré Natal decente e por muitas vezes sofrem para encontrar vagas em hospitais para realizar o parto. Comunidades que enfrentam falta de água, de saneamento básico, de asfalto, de iluminação pública dentre outras tantas necessidades da sociedade trabalhadora e honesta, para ir passar mão em cabeça de NOIADOS!! Repito, uma minoria realmente é vítima, mas grande maioria desses ai não vale o ar que respira. Obviamente, não concordo com atos contra a vida humana (como o episódio do fogo) fato que deve ser averiguado. Mas que comerciante aguenta constantes furtos em seu estabelecimento, quem passeia hoje em dia no morro da Luz?? Aquele centro histórico ali, que devia ser colorido e movimentado a exemplo do Pelourinho, mas parece mais um cenário pós-apocalíptico. Enfim, vivemos tempos difíceis. Por isso precisamos valorizar os homens fortes para que estes continuem a luta por tempos melhores.
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  • seu ze

    Domingo, 23 de Outubro de 2022, 11h30
  • Hoje a polícia ainda bate pouco, na minha época a polícia batia sem dó, em homem, mulher, criança , adolescente... so por estar andando nas ruas depois das 22:00 , eles diziam trabalhador esta hora esra dormindo, se tivesse na rua era vagabundo, e pasmem... naquela época vagabundo merecia apanhar... mas so os pobres, dificilmente parava um carro depois das 22:00 e mandava os granfinos descerem pra levar um couro, era so pobre... eu tinha medo, quando via a polícia, corria mesmo... polícia era mais perigoso que bandido
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  • Sociedade

    Sábado, 22 de Outubro de 2022, 22h18
  • Se fazem isso é por determinação de alguém tem que identifica os mandantes para punir todos
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  • Varzeagrandensse

    Sábado, 22 de Outubro de 2022, 21h44
  • São todos trabalhadores nenhum deles rouba, usam drogas ñ possuem passagens criminais!!! Falta de matéria esse site .........
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  • Ray

    Sábado, 22 de Outubro de 2022, 18h16
  • Todos já furtaram, roubaram ou mataram alguém, não são santinhos,, BANDIDO BOM É ANDIDO MORTO,, tá com pena, lavandaria sua casa,, i vc vai vê o que acontece com seus filhos etc,,,,,
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