Estado demite soldado que assaltou Correios junto com comparsa em MT

 

O soldado da Polícia Militar, Edmilson Alves Carvalho, que participou do roubo armado à agência dos Correios de Feliz Natal (536 km da Capital), no dia 17 de fevereiro de 2020, foi demitido do cargo. A portaria foi assinada pelo comandante geral da Polícia Militar, coronel Cláudio Fernando Carneiro Tinoco e publicada nesta quinta-feira (25) no Diário Oficial do Estado (Iomat). Na corporação, o militar recebia um salário de R$ 8,2 mil.

Consta ainda na portaria de demissão a ordem para recolhimento da identificação funcional, do fardamento e dos apetrechos que pertençam à Fazenda Pública Estadual e que estejam sob a posse do agora ex-soldado. 

"Determinar que o comandante imediato realize o recolhimento da identificação funcional, do fardamento e dos apetrechos que pertença a Fazenda Pública Estadual e que estejam sob a posse do Ex - SD PM Edmilson Alves Carvalho RGPMMT 885924, remetendo tais materiais, ora a Diretoria de Gestão de Pessoas (identidade), ora para a Seção de Apoio Logístico e Patrimônio (material da Fazenda Pública), tendo 05 (cinco) dias, a partir da publicação deste ato em Diário Oficial para a remessa ou que preste informação de qualquer impossibilidade", consta no documento

Outra determinação à Diretoria de Gestão de Pessoas, por meio da Coordenadoria de Provimento, Desenvolvimento, Manutenção e Promoção - Gerência de Manutenção é que adote as providências de estilo junto a Secretaria de Estado de Gestão para proceder à exclusão do ex-soldadoda folha de pagamento. 

DEÚNCIA DO MP

Em 2020, o Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Vera pediu o afastamento de Carvalho. Segundo divulgado em ação civil pública, após diligências, policiais militares localizaram um dos autores do roubo, Deyvid Alves Teixeira, que confessou ter participado do crime em conjunto com o policial Edmilson Alves Carvalho. Segundo Deyvid, ele foi intimidado por Carvalho, em razão de não possuir condições de saldar uma dívida que tinha com o militar, no valor de R$ 7,5 mil, dividida em três cheques de R$ 2,5 mil.

Deyvid relatou que ele e Edmilson foram até a agência dos Correios numa motocicleta, com uma arma de fogo em punho, usando muita violência e agressividade, ameaçou e colocou todos os funcionários e clientes deitados no chão. Após subtrair dinheiro e aparelhos telefônicos, os suspeitos retornaram à residência dele, momento em que o policial militar afirmou que voltaria para fazer a divisão do dinheiro.

Em seguida, policiais militares se deslocaram até a residência do militar, mas ele não foi localizado. Posteriormente, Edmilson compareceu à unidade do 4º Pelotão da Polícia Militar em Feliz Natal e foi preso em flagrante, com uma das folhas de cheque no valor de R$ 2,5 mil. 

Ao ser interrogado, Edmilson declarou que a última vez que havia falado com Deyvid havia sido na sexta-feira anterior ao crime. Contudo, conforme despacho elaborado pelo delegado de Polícia Federal, “em consulta ao celular apreendido com Deyvid, devidamente autorizado, constam ligações e mensagens apagadas entre este e Edmilson Alves Carvalho, inclusive nos períodos próximos à ocorrência do crime, corroborando a versão de Deyvid, que imputou a participação de Edmilson Alves Carvalho”.