Uma estudante do curso de Direito da Universidade de Várzea Grande (Univag) registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor de Cuiabá contra a empresa Imagem Eventos na manhã desta sexta-feira (31) denunciando um calote de R$ 22,6 mil por parte da organizadora de eventos. A turma se junta a outros formandos de Medicina, Odontologia, Enfermagem e Nutrição da instituição que estão desesperados pela não realização da festa.
Cerca de 20 boletins de ocorrência foram registrados somente nesta sexta-feira contra a empresa. A Delegacia co Consumidor abriu inquérito. Os eventos estavam inicialmente programados para os dias 6 e 8 de fevereiro. De acordo com Giovana Santana Schwartzman Foz, de 22, anos somente na turma dela, são 23 pessoas. Ao FOLHAMAX, a formanda disse que não apenas as formaturas desse semestre foram afetadas, mas de turmas seguintes, inclusive quem havia fechado o pacote para 2026 e 2027.
"Eu não tenho a menor ideia de quanto nós somos, só a minha turma são em 23 formandos, mas o pessoal todo, meu Deus do céu, são tantas que perdemos a conta. Não são apenas turmas de agora prejudicadas, turmas que vão se formar eno que vem, daqui dois anos, todos terão que migrar para outras empresa", explicou Giovana.
O valor inicialmente cobrado para a realização do evento foi de R$ 10,4 mil para a estudante, mas, posteriormente, a empresa exigiu um pagamento adicional de R$ 1 mil alegando que a turma estava com um déficit financeiro e precisava complementar o valor para viabilizar a realização da formatura. O valor adicional foi pago por G.S.F.S em 47 boletos, além de R$ 12 mil referentes à compra de convites extras. Ao todo, o montante pago pela jovem chega a R$ 22,6 mil.
"Não tenho a menor ideia do calote porque cada estudante pagava um valor específico do seu contrato. Tem pessoas com contratos maiores e outros menores. A comissão de formatura está neste momento no Buffet Vila Felici tentando todos os acordo possíveis, descontos, para diminuir ao máximo o valor porque teremos que pagar tudo de novo. Estou na igreja para renegociar o valor do culto, todo mundo tentando, falando com os canais de comunicação e pensando em fazer uma vaquinha", relatou à reportagem.
Conforme noticiado por FOLHAMAX, nesta sexta-feira, os formandos receberam uma mensagem via WhatsApp da comissão de formatura informando que a Imagem Eventos entraria em recuperação judicial devido a dificuldades financeiras, alegadamente causadas pela pandemia da Covid-19 e por várias rescisões contratuais. A empresa mencionou também a possibilidade de reagendar os eventos e afirmou que, caso a turma optasse pela rescisão contratual, haveria um compromisso de ressarcimento, mas com critérios a serem estabelecidos durante o processo de recuperação judicial.
Além disso, a comissão de formatura foi informada de que funcionários da empresa, que se identificaram como ex-colaboradores, relataram não ter recebido seus pagamentos, e que os proprietários da empresa teriam deixado o país. Em busca de mais informações, a comissão descobriu que muitos fornecedores contratados pela empresa também não haviam sido pagos integralmente, apesar de os valores terem sido quitados pelos alunos.
Diante dessa situação, a jovem registrou o boletim de ocorrência e solicitou providências legais para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos. A futura advogada afirmou que buscará a reparação dos danos financeiros sofridos.
Nas redes sociais, vários formandos afetados pela situação começam a se manifestar com desabafos em forma de posts, vídeos no Instagram e até áudios começam a viralizar denunciando a empresa. Já existem até boatos de que os donos da Imagem Eventos teriam fechado as portas e fugido para o exterior.
Heródoto
Sábado, 01 de Fevereiro de 2025, 09h30