A família da empresária Elaine Stelatto repudiou, em nota, a tentativa da defesa do servidor público Cleber Lagreca de descredibilizar as instituições que conduziram as investigações sobre a morte de Stelatto. Segundo a nota, nas últimas duas semanas, com a proximidade da primeira audiência sobre o caso, a defesa vem tentando manipular a opinião pública.

No texto, a família destacou a confiança no trabalho da Polícia Civil de Mato Grosso, cujo índice de resolução de homicídios em 2024 foi de 90%. Apontou ainda que a conclusão, que culminou na denúncia de Cleber Lagreca por feminicídio, foi resultado de uma investigação profunda e inúmeras diligências.

“Fato é que, através da exposição midiática, o advogado tenta contornar o apelo popular do caso, num país em que quatro mulheres são vítimas de feminicídio por dia”, diz trecho.

Elaine Stelatto morreu no dia 19 de outubro de 2023, no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá). Embora a empresária tenha morrido por volta das 15h, o fato só foi comunicado à polícia às 18h00. A versão de Cleber é de que, por vontade própria, Elaine teria se amarrado em e entrado na água, quando acabou se afogando, enquanto a lancha em que os dois estavam era rebocada. Ao longo das investigações, porém, a perícia comprovou que o corpo da empresária tinha ferimentos incompatíveis com a versão.

Agora, a recém-contratada defesa do réu pelo homicídio tem como estratégia a tentativa de descredibilizar o trabalho de peritos e investigadores competentes e ilibados.

Na nota encaminhada à imprensa, a família afirmou que evitou se pronunciar sobre o caso em virtude do sigilo do processo e em respeito à integridade das investigações.

“No entanto, neste momento, reafirma a confiança na Justiça, acima de qualquer tentativa espúria de manipulação da opinião pública”, finaliza o texto.

Leia nota na íntegra

A família de Elaine Stelatto repudia a tentativa desesperada do advogado de Cleber Lagreca, acusado da morte da empresária, de descredibilizar servidores públicos competentes e ilibados que se dedicaram exaustivamente numa investigação que durou quase um ano. A primeira tentativa se deu recentemente, com uma perícia tendenciosa, que tenta descaracterizar as agressões sofridas por Elaine no dia de sua morte.

Às vésperas da audiência de instrução sobre o caso, a defesa de Cleber Lagreca agora ataca um investigador da Polícia Civil, acusando-o de ter manipulado um testemunho. Fato é que, através da exposição midiática, o advogado tenta contornar o apelo popular do caso, num país em que quatro mulheres são vítimas de feminicídio por dia.

Vale ressaltar que, no dia dos fatos, Cleber Lagreca demorou pelo menos três horas para comunicar a morte de Elaine às autoridades, mesmo alegando se tratar de um acidente. O que se seguiu, foi uma investigação longa e idônea para desvendar os meandres da morte de uma mulher jovem, mãe, empresária e batalhadora. Foram realizadas diversas perícias, inclusive a reprodução simulada dos fatos, que apontaram para inconsistências entre os ferimentos encontrados no corpo de Elaine e a versão do agora réu. Todos os trabalhos foram conduzidos pela Polícia Civil de Mato Grosso, instituição que, embora a defesa de Cleber tente atingir, alcançou o índice de resolução de 90% dos casos de homicídio em 2024.

Ao longo de todo tempo das investigações e processo judicial, a família de Elaine Stelatto e sua defesa evitaram se manifestar em respeito ao sigilo do processo e à integridade das investigações. No entanto, neste momento, reafirma a confiança na Justiça, acima de qualquer tentativa espúria de manipulação da opinião pública.

Cuiabá, 29 de novembro de 2024