Dentre os alvos da "Operação Desbaste" deflagrada pelo força-tarefa ambiental do Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco) para desarticular um esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) estão dois prefeitos: Altamir Kurten (PSDB), do município de Cláudia, e José Antônio Dubiella (MDB), o Toni Dubiella, de Feliz Natal. As investigações revelaram que os gestores eram os responsáveis por cooptar fazendeiros das regiões para integrar um esquema de fraude de licenciamentos ambientais e sistemas de controle ambiental (CC-Sema, Sisflora e Simlam).

Não houve cumprimento de mandado nas prefeituras comandadas por Altamir e Toni, pois a prática não tem relação com a gestão dos executivos. A ação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (21) para cumprimento de 37 ordens judiciais, sendo 20 mandados de busca e apreensão e 17 medidas cautelares, incluindo 13 afastamentos de servidores, expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.

Em Cuiabá, um dos mandados foi cumprido no condomínio Florais do Vale. Já outro foi no edifício NYC Jardim das Américas, na região do Coxipó.

Os servidores públicos alvos da operação e que foram afastados Sema-MT são: Victor Carneiro Pereira da Fonseca; Eunice Luna Falqueto; Flavio Hoescher da Sival; Floriano da Cunha Pinheiro; Huelton Lima da Silva; Jackson Monteiro de Medeiros; Jean Paulo Bahia de Oliveira; Joelson Lucas de Albuquerque; Ricardo Heinen Borges da Silva; Bruna Ribeiro de Oliveira; Ana Paula Alves Gondim; Eduardo Silva Penna e Ronnky Chaell Braga da Silva. Na casa de um dos alvos, no interior do Estado, os agentes apreenderam mais de R$ 100 mil em espécie.

O objetivo da operação é combater uma organização criminosa formada para fraudar licenciamentos ambientais e sistemas de controle ambiental (CC-Sema, Sisflora e Simlam). Além disso, os responsáveis atuaram na lavagem de dinheiro e outros ativos obtidos de forma criminosa, incluindo desmatamentos, falsificações e corrupção. Segundo a delegada da Polícia Civil responsável pelas investigações, Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino, em uma das propriedades identificadas e já com Ação Penal em andamento na Vara Especializada Contra o Crime Organizado, foi constatado que ela foi beneficiada pelas ações da organização criminosa, tendo o dano ambiental avaliado em aproximadamente R$ 66,7 milhões.

"Isso é apenas um exemplo, pois são várias situações sob investigação", destacou a delegada que atua na força-tarefa ambiental do Gaeco. O promotor de Justiça Marcelo Caetano Vacchiano afirmou que o desmantelamento dessa e de outras organizações criminosas só tem sido possível devido à articulação entre as instituições. Estão sendo investigados milhares de metros cúbicos de árvores provenientes de desmatamentos ilegais, principalmente na floresta amazônica. O esquema envolvia a participação de engenheiros, agentes públicos e empresários.

Vale destacar que em maio, o vice-prefeito de Feliz Natal, Antônio Alves da Costa (PDT), foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo durante a Operação Ronuro. Essa ação investigou um grupo criminoso que atuava na extração e desmatamento ilegal de madeira em Mato Grosso.

ALVOS DA OPERAÇÃO

Victor Carneiro Pereira da Fonseca

Eunice Luna Falqueto

Flavio Hoescher da Sival

Floriano da Cunha Pinheiro

Huelton Lima da Silva

Jackson Monteiro de Medeiros

Jean Paulo Bahia de Oliveira

Joelson Lucas de Albuquerque

Ricardo Heinen Borges da Silva

Bruna Ribeiro de Oliveira

Ana Paula Alves Gondim

Eduardo Silva Penna

Ronnky Chaell Braga da Silva