Delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, de Alto Araguaia (415 km ao sul de Cuiabá), apreendeu uma anotação feita pelo grupo de alunas que criaram grupo nos moldes de facção criminosa na Escola Estadual Carlos Hugueney no dia 24 de julho de 2025. Na folha estavam os apelidos de 17 integrantes do grupo, o lema “A gente mata ou morre”.
Em entrevista ao GD, o delegado destacou que se trata de uma relação de nomes com os “vulgos”, ou seja, os apelidos das integrantes. “É uma tática também utilizada pelas facções para tentar impedir que os criminosos sejam identificados. Por isso, eles se tratam pelos apelidos”.
Aparecem na lista a “capetinha”, “criminosa”, “quebra osso”, “fantasma”, “assistente”, “mafiosa” e outros. Para o delegado, a investigação evidenciou que o grupo foi criado para “impor poder na escola”.
Oliveira ressaltou ainda que a direção da escola ficou surpresa com a situação, já que as estudantes tinham bom comportamento e até notas boas. Porém, destacou que todas são violentas.
“Inclusive, nos vídeos que apreendemos, mostram agressões mais chocantes. Há ainda outros tipos de violência, um deles é contra um estudante. Elas gravaram a prática do bullying, cometido por conta da orientação sexual dele”, destacou.
A intenção não era compartilhar os vídeos nas redes sociais. Elas tinham um grupo de WhatsApp e no Instagram.
Internação
Apesar de quase 20 alunas fazerem parte do grupo, a 1ª Vara de Alto Araguaia determinou a internação de 3 das 4 adolescentes que aparecem no vídeo agredindo a colega de 12 anos.
A decisão é desta quarta-feira (6). Agora, as menores vão cumprir medida socioeducativa em Cuiabá. Foi explicado ainda que, apesar de 4 menores estarem envolvidas diretamente na agressão, uma delas, de 11 anos, tem impedimento legal para a aplicação da medida, conforme Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A investigação da Polícia Civil já foi concluída. O caso foi registrado na segunda-feira (4), em uma área da escola. As diligências começaram assim que as autoridades receberam aos vídeos. Ao todo, 10 pessoas foram ouvidas, entre elas, a vítima, as agressoras, pais e responsáveis e a direção da escola.
Com base nas provas colhidas, a autoridade policial concluiu o procedimento e o encaminhou ao Ministério Público, sugerindo a internação das adolescentes pelos atos infracionais análogos aos crimes de tortura e integração de organização criminosa, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Grupo inspirado em facção
Conforme o GD divulgou, ao menos 20 estudantes foram identificados como membros de um grupo criado inspirado nas facções criminosas e que estava atuando dentro da Escola Estadual Carlos Hugueney.
O fato foi descoberto após uma aluna de 12 anos ser brutalmente agredida por 4 estudantes. O episódio, que tem características de um “salve” - castigo aplicado pela fação, foi registrado em vídeo e espalhado online. O espancamento teria acontecido após a menina descumprir uma das regras do grupo.
Delegado da cidade, Marcos Paulo Batista de Oliveira, contou que assim que recebeu o vídeo convocou as alunas identificadas. Elas foram ouvidas e relataram a existência do grupo. “Talvez, inspirados por essa ‘bandidolatria’, resolveram ali entre eles criar um grupo, definindo regras, líder, disciplina, copiando mais ou menos o que ocorre dentro das facções criminosas”, disse.
Oliveira destacou que a menina foi agredida de forma covarde. “A vítima teria descumprido uma das regras criadas pelo grupo, uma delas, por exemplo, é que durante a agressão não pode chorar, se chorar, a agressão é ainda maior”.
Thiago
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 16h51Maria
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 16h09Rico de Esquerda
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 15h37Direitos Humanos
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 14h38