Polícia Domingo, 08 de Setembro de 2024, 20h:39 | Atualizado:

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CORRUPÇÃO NA PC

Investigador reclama de tornozeleira, mas TJ mantém monitoramento em MT

Angeli é suspeito de atuar em gabinete do crime com delegado

Da Redação

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Marcos Paulo Angeli

 

O investigador da Polícia Civil, Marcos Paulo Angeli, que foi preso no dia 17 de abril deste ano após ser alvo da Operação Diaphthora, suspeito de integrar um "gabinete do crime" na delegacia de Peixoto de Azevedo (680 km de Cuiabá), juntamente com o delegado Geordan Fontenelle, vai continuar usando tornozeleira eletrônica enquanto estiver solto. A decisão é do desembargador Lídio Modesto, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Angeli solicitou a retirada da tornozeleira, argumentando que não havia risco de fuga e que o equipamento não interfereria em seu processo. No entanto, o desembargador negou o pedido, ressaltando que, apesar de Angeli afirmar estar cumprindo rigorosamente as medidas, isso não justifica a revogação.

O desembargador reafirmou a necessidade de manter o monitoramento eletrônico, que começou em 20 de maio, mesmo após o prazo ter se esgotado. O delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues chegou a pedir desistência de seu estágio probatório na Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso.

A solicitação ocorreu no mesmo dia em que a delegada-geral da instituição, Daniela Silveira Maidel, o afastou do cargo, mas manteve seu salário de pouco mais de R$ 26 mil. Ainda durante o estágio probatório, que tem duração de três anos, Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues foi preso e indiciado pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa, falsidade ideológica e advocacia administrativa, em decorrência de um esquema de cobrança de propina na delegacia de Peixoto de Azevedo. Ele acabou sendo solto em meados de maio, mediante o cumprimento de medidas cautelares.

Operação

As investigações iniciaram após denúncias recebidas no Núcleo de Inteligência da Corregedoria Geral, que apontavam o envolvimento de policiais civis, advogados e garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo em situações de solicitação de vantagens indevidas, advocacia administrativa e assessoria de segurança privada pela autoridade policial, caracterizando a formação de uma associação criminosa no município.

Com o aprofundamento das investigações, foram identificados os servidores envolvidos no esquema criminoso, sendo o mentor e articulador a titular da Delegacia de Peixoto de Azevedo e um investigador da unidade, aliados a advogados e garimpeiros do município.

Entre os crimes praticados pela associação criminosa, foi demonstrado no inquérito que o delegado e o investigador solicitavam o pagamento de vantagens indevidas para a liberação de bens apreendidos, exigiam o pagamento de "diárias" para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e, ainda, pagamentos mensais sob a condição de decidirem sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.

Todos os esquemas e acertos levam à conclusão de que existia um verdadeiro "gabinete do crime".

Com a operação, a Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Corregedoria Geral, demonstra seu caráter republicano em garantir a integridade pública da instituição, investigando e responsabilizando seus integrantes, bem como verticalizando as investigações para desarticular a associação criminosa que agia, de forma oculta, na estrutura estatal, trazendo descrédito às ações da Polícia Civil no município.

Diaphthora

O nome da operação é uma referência grega ao termo corrupção, cujo significado está atrelado à ideia de um organismo vivo que entra no corpo humano, causando destruição dos órgãos pela ação nefasta dele. Traduzindo para as investigações, são as consequências que a corrupção tem quando praticada por servidores públicos e seus efeitos desastrosos no órgão público, ferindo a integridade pública e os princípios institucionais da Polícia Judiciária Civil.





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