Polícia Terça-Feira, 17 de Junho de 2025, 23h:51 | Atualizado:

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FEMINICÍDIO

Justiça decreta prisão de assassino de psicóloga

 

GAZETA DIGITAL

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A juíza Rosângela Zacarkim dos Santos determinou a conversão de prisão em flagrante para preventiva de Fábio Teixeira Santin, 44, investigado pela morte da esposa Janaina Carla Portela Santin, 43, na segunda-feira (16), em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá). A decisão foi emitida em audiência de custódia, na tarde desta terça-feira (17). 

Em sua decisão, a magistrada considerou a gravidade da conduta praticada, que em tese, revela que as circunstâncias em que foi desenvolvida a ação apontam para "crime foi praticado no contexto de violência doméstica, com emprego de arma de fogo, dentro da própria residência da vítima, circunstância que revela a brutalidade do comportamento, o qual, à evidência, põe em risco a própria garantia da ordem pública". Além disso, ela ressalta que o autuado apresentou diversas versões contraditórias acerca dos fatos, inclusive durante simulação feita no local.

Na visão da juiza, tal fato demonstra tentativa de manipulação da cena e a necessidade de sua segregação cautelar para preservação da instrução criminal. "A dinâmica dos fatos, marcada pela contradição, e a aparente tentativa de imputar à vítima a autoria dos disparos, reforçam a periculosidade do agente", acrescenta.

Quanto ao pedido formulado pela defesa de Fábio para substituição da prisão preventiva por domiciliar, a juiza considerou que não merece acolhida, mesmo que ele alegue ser pai de criança menor de seis anos, bem como possuir problemas de saúde, não constam nos autos documentos que comprovem os fatos. Em relação ao filho do casal, não é constatada que a sua presença seja imprescindível aos cuidados do menor, que está sob responsabilidade de sua irmã e prima.

"Com essas considerações, diante o preenchimento dos requisitos materiais e formais, HOMOLOGO A PRISÃO EM FLAGRANTE do autuado Fabio Teixeira Santin e converto-a em preventiva, com fundamento no art. 312 do CPP, visando garantir a ordem pública. Expeça-se o competente mandado de prisão preventiva, promovendo-se o respectivo cadastramento no BNMP, em conformidade com o disposto no art. 289-A do Código de Processo Penal e orientação do CNJ", decide.

O marido da psicóloga apresentou duas versões sobre o episódio que resultou na morte. Segundo narrado, ele estava no sofá da sala quando a esposa chegou com arma em punhos e passou a atirar. Diante disso, um dos tiros teria atingido sua perna e em seguida Janaina teria atirado na própria cabeça, morrendo na hora. Em outro relato, disse que a vítima tomou a arma de sua mão.

Segundo a Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec), foram disparados 6 tiros dentro da casa e encontradas marcas na parede feitas por pistola calibre .380. A arma foi apreendida assim como um carregador com 14 munições intactas.

De acordo com o delegado Ugo Mendonça, que está a frente do inquérito, a hipótese de suicídio foi descartada após os trabalhos da perícia e análise do local do crime. Conforme a autoridade policial, a casa e o corpo da vítima não apresentavam características de que ela tivesse atentado contra vida.

“Na casa, os peritos já haviam detectado a ausência de tiro encostado. Eu acompanhei a necropsia hoje de manhã e juntamente com as médicas e peritos, foi novamente confirmado que não havia esse sinal de tiro encostado na cabeça da vítima, descartando a hipótese de suicídio”, reforçou o delegado.

A vítima morreu com um tiro na cabeça, disparado na direita para a esquerda, mas não com a arma encostada. “Como não tem esses sinais característicos e só estavam os dois na casa, resta o feminicídio, que é o que nós já estávamos imaginando”, declarou. Além disso, vários outros tiros foram disparados no local, o que faz a polícia acreditar que Fábio tenha alterado a cena do crime.

“Acredito que após ele praticar o ato, ele alterou a cena do crime, mudou a posição do corpo. Acredito que ele mesmo efetuou os disparos, simulando que a vítima teria feito, e ele mesmo efetuou o disparo contra a própria perna, pois é compatível o ângulo de entrada e saída, com a direção do disparo, pelo fato dele ser destro”, detalhou.

Segundo apurado pelo , a Polícia Militar foi acionada por volta das 18h20 de segunda-feira (16) para uma ocorrência envolvendo disparos de arma de fogo em uma casa no Residencial Delta, em Sinop. Quando a equipe chegou, encontrou Janaina e o marido baleados.

Corpo de Bombeiros foi acionado e confirmou a morte de psicóloga no local. Já o marido estava baleado na perna. Ele foi socorrido e encaminhado para uma unidade de saúde. Ao lado do corpo de Janaina estava uma pistola. Na sala, várias capsulas de munição. Cena foi isolada.

Janaina era psicóloga na cidade e falava sobre saúde mental nas redes sociais. Além disso, era sócio-proprietária de uma empresa junto com o marido. Ela era mãe de duas crianças.  





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