A mãe de Beatriz Milano, Nazaré Soares, acredita que a justiça foi feita pelo assassinato de sua filha, morta pelo médico Fernando Veríssimo de Carvalho, condenado a 41 anos de prisão. Ele foi condenado pelo júri popular nesta quarta-feira (10). A namorada estava grávida quando foi morta pelo médico, em Rondonópolis, no fim de novembro de 2018.
A mãe fez um vídeo agradecendo o trabalho realizado pelo Ministério Público para provar que o médico cometeu o crime de feminicídio contra sua filha. Segundo ela, a justiça aconteceu.
Beatriz também fez um agradecimento ao Juiz, Wagner Plaza, que segundo ela, foi justo e humano ao decidir pelo cumprimento de 41 anos de prisão.
Falando para as mães de mulheres vítimas de feminicídio, ela pediu que todas acreditem na Justiça. “Eu quero pedir que vocês, mães, acreditem nesta justiça, ela acontece porque existem pessoas empenhadas em fazer essa sociedade mais justa e mais humana”, disse.
Segundo ela, a filha Beatriz Milano e a neta Helena, foram tratadas de forma digna pela justiça, eu lhes asseguro, eu só tenho a agradecer”, destacou.
O médico Fernando Veríssimo de Carvalho, de 30 anos, foi condenado a 41 anos e oito meses de prisão pela morte da namorada dele, Beatriz Nuala Soares Milano, de 23 anos, que estava grávida. O crime aconteceu em Rondonópolis (MT) em 2018.
Fernando foi preso em Ribeirão Preto (SP), depois de fugir e ser localizado na casa dos pais, quase um mês depois do crime. Ele foi transferido para Rondonópolis, onde ficou preso aguardando o julgamento.
O júri popular foi nessa quarta-feira (10) e durou cerca de dez horas. O médico vai cumprir a pena em regime fechado.
O julgamento de Fernando estava previsto para o dia 20 de setembro, mas o júri teve que ser interrompido e remarcado para essa quarta, porque o advogado do réu colocou o assistente de defesa também como testemunha, o que não é permitido.
O crime
O médico acionou a Polícia Militar na manhã do dia 24 de novembro de 2018, afirmando que havia encontrado a mulher morta no quarto da casa onde moravam. Beatriz havia sofrido agressões na região da cabeça.
Em depoimento à Polícia Civil, ele contou que saiu para jantar com Beatriz na noite anterior e retornou para casa por volta de 23h e que, ao chegar em casa, a mulher foi para o quarto e ele permaneceu na sala, ingerindo bebida alcoólica.
Fernando disse ainda que dormiu no sofá da sala e que por volta de 3h acordou e foi até o quarto do casal, onde encontrou a mulher morta. Ele afirmou que ninguém esteve na casa durante a madrugada.
Em entrevista à imprensa à época, Carvalho negou ser o autor do crime, afirmando que o casal vivia junto há 10 meses e que, na noite anterior, havia pedido Beatriz em casamento.
Leal
Sexta-Feira, 12 de Novembro de 2021, 05h06Jorge Nelson de Souza
Quinta-Feira, 11 de Novembro de 2021, 21h25