Das mortes investigadas pela Operação Simulacrum, deflagrada na quinta-feira (31), contabiliza-se entre os mortos em supostos confrontos uma ficha policial extensa entre as vítimas. Segundo boletins de ocorrência, são 141 crimes que teriam sido cometidos por 22 dos 24 homens que foram alvo dos 63 policiais militares que tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça.
Somente um deles, Gabriel de Paula Bueno, que tinha 20 anos, possuia 20 passagens policiais, pelos crimes de roubo, lesão corporal, uso ilícito de drogas, formação de quadrilha, receptação, porte ilegal de arma, tráfico de drogas, ameaça, desobediência, desacato, furto, resistência a prisão, posse ilegal de artefato explosivo, corrupção ativa, direção perigosa e homicídio doloso.
Ele foi morto em um confronto com policiais do Batalhão de Operações Policiais (Bope) no dia 29 de julho de 2020, nos fundos do condomínio Residencial Belvedere 2, no bairro Itamaraty, em Cuiabá. Na ocasião, morreram também o soldado da Polícia Militar Oacy da Silva Taques Neto, André Felipe de Oliveira, Leonardo Vinycius de Moraes Alves, Jhon Dewyd Bonifácio de Lima e Willian Dhiego Ribeiro Morais. Gabriel de Paula Bueno havia sido preso pouco tempo antes, por explodir o muro de um presídio. Em sua casa, a polícia encontrou uma camiseta com a frase: “Prenda-me se for capaz”.
Apenas duas das vítimas mortas nas operações não tiveram registros criminais divulgados: Kelvin Dias do Nascimento e Diego Arruda Nascimento. A maior parte dos registros deve-se ao cometimento de crimes como tráfico de drogas, roubo, furto, receptação, lesão corporal e porte ilegal de arma, mas alguns deles tinham passagens por homicídio, sequestro e estupro.
Na operação, foram cumpridos 81 mandados de prisão temporária contra 63 policiais militares e uma outra pessoa, cuja identidade ainda não foi revelada. Eles são investigados por 24 homicídios e por simularem confrontos.
Segundo a investigação, o grupo planejava as execuções, além de uma tentativa de homicídio em que as quatro vítimas sobreviveram. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jonildo José de Assis, defendeu os policiais militares que foram alvos da 'Operação Simulacrum'. "Foi questão de abordagem de criminosos que, infelizmente [os policiais] tiveram que usar a força letal para contrapor essa agressão injusta. Então, a gente ficou um pouco surpreso com essas prisões", disse.
O MPE e a Polícia Civil informaram que as ações realizadas foram praticadas por alguns membros da corporação policial que agem à margem e à revelia da lei. "Enfatizam, no entanto, o relevante trabalho que a Polícia Militar realiza para a sociedade no combate à criminalidade e na proteção do cidadão", diz trecho da nota dos órgãos.
Além do Bope, os alvos da operação trabalhavam na Rotam e Força Tática do Comando Regional.
rachadinha
Domingo, 03 de Abril de 2022, 11h53Um Steve ali
Sábado, 02 de Abril de 2022, 16h41celina
Sábado, 02 de Abril de 2022, 08h23O Poste Mijando no Cachorro
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