Polícia Sexta-Feira, 11 de Setembro de 2015, 15h:28 | Atualizado:

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MP diz que agentes públicos foram cooptados por Arcanjo

 

KELLY MARTINS

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No segundo dia de julgamento do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, em Cuiabá, acusado de mandar matar o empresário Rivelino Jacques Brunini, em junho de 2002, a defesa do réu e o Ministério Público Estadual (MPE) apresentaram as argumentações aos jurados. O júri ocorreu durante todo o período da manhã e a sentença deverá ser anunciada na tarde desta sexta-feira (11). Caso seja condenado por ser o mandante do crime, Arcanjo poderá receber pena acima de 46 anos.

O ex-bicheiro enfrenta o júri popular desde quinta-feira (11), quando foram ouvidas testemunhas de acusação, de defesa, e o depoimento do acusado que durou mais de 13 horas. Durante uma hora e meia o promotor Vinícius Gahyva, que representa o MPE, afirmou que há provas suficientes nos autos do processo para a condenação do réu e garante “contra fatos não há argumentos”.

Na exposição dos fatos, ele apontou que houve a cooptação de agentes públicos de segurança ligados ao Executivo e Legislativo para a atuação do crime organizado em Mato Grosso. “Não há crime organizado sem a cooptação deles”, afirmou. Destaca ainda que Arcanjo exercia total influência e contava com o apoio de todos os Poderes. Ressaltou aos jurados que eles estão diante de “um crime chocante, sangrento e que vai além da violação do senso moral”.

Argumentou também que os assassinatos em questão – além do empresário, Arcanjo é acusado de mandar matar Fauze Rachid Jaudy e ainda pela tentativa de assassinato de Gisleno Fernandes, que estava com Brunini e Jaudy quando eles foram mortos - são resultados de jogatina e exploração. Aponta que de um forma hipócrita o jogo do bicho e o caça-níquel tem sido associado a um ato que gerou emprego ou que colaborou com o setor econômico. “Ele [Arcanjo] tem se colocado como o bem feitor, que contratou quatro mil pessoas, deu emprego. Vamos continuar com essa hipocrisia de transformá-lo em santo agora?”, indagou.

O promotor diz que o problema não é a jogatina, mas o que gira em torno desse tipo de jogo. Como exemplo, cita os assassinatos como forma de vingança dentro da organização criminosa. Fala ainda sobre o patrimônio que Arcanjo construiu com o dinheiro oriundo do jogo do bicho, como hotel no exterior e dentro do país. Para tudo isso, segundo ele, era com influência politica que conseguia obter no estado.

As factorings do bicheiro, de acordo com o MPE, é uma lavanderia de dinheiro e que atua na agiotagem, nunca sendo considerada uma empresa idônea. Ressalta aos jurados que a ação possui 29 volumes e provas suficientes da atuação criminosa de Arcanjo. Relaciona ainda que após a sua prisão, em 2002, não foi registrado mais esse tipo de prática ou mortes arquitetadas por organização criminosa.

“A sociedade conhece não a fama, mas o histórico sobre o crime organizado chefiado por João arcanjo. Essa é uma estratégia da defesa que tenta justificar o injustificável, em transformar ele em uma qualquer pessoa. Foi o próprio João Arcanjo Ribeiro que se condenou em seu histórico e quero crer que isso será produzido no julgamento do júri”, concluiu.

Em seguida, foi a vez da defesa de Arcanjo, feita pelo advogado Paulo Fabrinny, de rebater os argumentos do promotor.





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