Polícia Quarta-Feira, 01 de Maio de 2024, 16h:28 | Atualizado:

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DADOS DO INPE

MT registra maior número de focos de incêndio do país pelo 2° mês

Amazônia foi o bioma mais atingido

G1 - MT

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incendios florestais

 

O Mato Grosso registrou o maior número de focos de incêndio do Brasil em abril de 2024, com 788 focos entre os dias 1°e 30, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o segundo mês seguido em que o estado ocupa essa posição, já que em março foram 1.624 focos.

As principais causas dos focos de incêndio foram:

Queimadas sem autorização: segundo especialistas, a maioria das áreas com focos de incêndio não possuem autorização de queima controlada.

Seca: o estado enfrenta uma redução no regime de chuvas e isso afeta o balanço hídrico, sendo uma das causas do aumento dos incêndios.

Altas temperaturas: outro fator que contribuir para aumento nos focos são as altas temperaturas, especialmente pelo efeito do El Niño desde o ano passado

Segundo o Inpe, os estados que mais registraram focos de incêndio nesse período, depois de Mato Grosso, foram Roraima, com 519 e Bahia, com 162 focos.

incendios

 

Ainda de acordo com os dados, o bioma mais atingido foi a Amazônia, com 452 focos, em seguida o Cerrado, com 268 e por fim o Pantanal, com 68 focos.

Confira os 10 municípios de MT que mais registraram focos de incêndio em abril de 2024:

Brasnorte - 55 focos

Cáceres - 54 focos

São Félix do Araguaia - 46 focos

Querência - 44 focos

Gaúcha do Norte - 41 focos

Paranatinga - 31 focos

Nova Maringá - 28 focos

Feliz Natal - 26 focos

Diamantino - 22 focos

São José do Xingu - 21 focos

Manejo de fogo sem autorização

O engenheiro florestal e coordenador do núcleo de inteligência territorial do Instituto Centro de Vida (ICV), Vinicius Silgueiro, explicou que a maioria dos focos de incêndio acontece em áreas de transição onde há propriedades rurais, em expansão na prática produtiva.

"Mais de 90% estão ocorrendo em imóveis com atividades agropecuárias. O uso do fogo em áreas de conversão para soja ou pastagem é o que os dados têm mostrado. Áreas de expansão em que o fogo é usado no processo de limpeza", disse.

Essas áreas ficam próximas aos biomas da Amazônia e do Cerrado, que ocupam a maior porção do estado, e é onde está a fronteira de transição do uso agropecuário.

Segundo o ICV, 90% das áreas com focos de incêndio não possuem autorização de queima controlada — aquela onde o fogo é usado de forma monitorada para auxiliar nas atividades agrícolas. Porém, essa prática também exige uma autorização do órgão ambiental do estado.

O uso do fogo não é permitido em áreas de vegetação nativa. Para fazer a queima é preciso solicitar aos órgãos ambientais uma autorização, e o proprietário precisa seguir regras, como fazer a queima dentro da área permitida, e implementar medidas para que o fogo não se expanda.

Seca

Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, os municípios de Rondonópolis, Barra do Garças e Sorriso decretaram situação de emergência por falta de chuvas.

Vinicius Silgueiro explicou que, outro fator que pode ter contribuído para o aumento dos focos, são as secas frequentes e altas temperaturas. "Desde 2019, a gente tem uma situação de seca, redução no regime de chuvas e isso tem afetado o balanço hídrico", disse.

Segundo Vinicius, a tendência neste ano também é de bastante seca. Por isso, é preciso fiscalizar essas áreas. Em Mato Grosso, o período proibitivo de queimadas na área rural começa em julho.

“É necessário que no período proibitivo, no auge da seca, que é em julho, de fato não seja utilizado fogo e que as medidas preventivas implementadas sejam da altura da emergência que estamos vivenciando. O estado também precisa empreender ações para os momentos de combate. A resposta rápida que vai Influenciar para termos os menores impactos", disse.

Segundo o meteorologista do Climatempo, Guilherme Borges, normalmente na faixa Norte do estado em março chove em torno de 300 a 350 mm. No entanto, neste ano, a chuva foi irregular e abaixo do que é considerado normal.

Altas temperaturas

Ainda de acordo com o especialista, outro fator que afeta para o aumento nos focos são as altas temperaturas, especialmente pelo efeito do El Niño desde o ano passado.

"Neste ano, a partir de julho, há 75% de probabilidade de influência do La Niña que infelizmente vai fazer com que a chuva comece um pouco mais tarde. Por isso, o fogo tende a se permanecer mais tempo quando ele é iniciado", explicou.

Segundo o meteorologista Guilherme Borges, Mato Grosso sofreu com uma nova onda de calor, entre os dias 16 e 20 de março. De acordo com ele, o estado passou por temperaturas de 3 a 5 graus acima da média.

Fiscalização

Conforme a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT), fora do período proibitivo é possível realizar a queima controlada com autorização do órgão ambiental.

Segundo o órgão, além da limpeza de áreas, essa técnica é uma medida de prevenção aos incêndios de grande proporção por meio do emprego do fogo com monitoramento e controle.

A Sema também informou que, em circunstâncias que envolvam queimadas ilegais, incêndios florestais e transporte de produtos perigosos, tóxicos ou nocivos à saúde humana, a competência para fiscalizar, apurar a responsabilidade, aplicar multas e realizar perícia é do Corpo de Bombeiros.

O g1 procurou os bombeiros, que disse por meio de nota que já aplicou neste ano mais de R$ 1,5 milhão em multas por uso irregular do fogo e que planeja as ações o monitoramento dos focos.





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