Moradores fecham rota de desvio na Miguel Sutil

 

Cansados de esperar por uma solução da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) e pelos riscos provocados por carretas e ônibus, moradores do bairro Areão interditaram a rua Boa Vista e atearam fogo em pneus, nesta quinta-feira (31), para cobrar ação das autoridades. À tarde, com o início do protesto, o trânsito na avenida Miguel Sutil foi bloqueado na rotatória da avenida Dante Martins de Oliveira, antes do acesso à rua, e causou congestionamento na região. Desde segunda-feira (28), as vias do bairro se tornaram rota alternativa após a interdição da Miguel Sutil, no trecho do Jardim Leblon, e as manobras arriscadas de veículos pesados já destruíram calçadas e derrubaram muros de residências.

Como já noticiado anteriormente, a equipe do jornal A Gazeta presenciou no início da semana a dificuldade de ônibus de viagem e carretas para fazer manobras na conversão da rua Boa Vista com a Ministro Fernando Costa, pois a via é estreita.

Nos dias seguintes, moradores continuaram registrando veículos de carga passando pelo trecho, tanto de dia, quanto à noite. Os danos provocados por essa situação estão cada vez mais visíveis no local.

“O que nos levou a fazer isso é que a gente não tem suporte para desvio. Aqui está passando carretas de 40 mil quilos. Muro quebrado, muro rachado, sem calçada, sem contar o perigo. Como que a gente fica? Qual é o nosso amparo? Hoje, para a gente conseguir dormir, é fogo na via. Se não resolver, vamos tornar a colocar fogo, até resolver”, desabafa Rosimara dos Santos.

A moradora Solange de Almeida Correia reforça que a população não tem problema com o trecho ser utilizado como rota de desvio na Miguel Sutil para motocicletas e carros de passeio. Para eles, não tem cabimento a passagem de carretas e ônibus no local. Eles têm medo até de dormir e de um veículo pesado invadir as casas.

“Hoje, às 5h30 da manhã, uma carreta bateu aqui, arrancou o toco de madeira na calçada e amassou a placa para lá, rachou meu muro. O meu neto, de quatro anos, é autista e não dorme. Quando as carretas vêm para virar, começa a balançar tudo e o meu neto começa a gritar. A gente não está dormindo. Se hoje de manhã arrancou o toco, de noite vão arrancar o restante do muro que já rachou”.