A Polícia Federal começou a ouvir as vítimas do esquema de tráfico internacional de mulheres para exploração sexual no Brasil e em outros países. Pelo menos 20 mulheres devem ser ouvidas nesta quarta-feira (28), em São Paulo.
A Operação Harem BR foi deflagrada na terça-feira (27) por policiais da delegacia da PF de Sorocaba (SP). Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e seis dos oito de prisão preventiva. Alguns investigados foram incluídos na lista de prisão da Interpol.
De acordo com a Polícia Federal, também devem ser ouvidos os suspeitos de integrar o grupo nesta sexta-feira (30). A investigação mostrou que o grupo agia no Brasil e também no exterior. A PF estima que o grupo tenha aliciado pelo menos 200 mulheres, entre elas menores de idade.
O grupo investigado escolhia as vítimas por meio de fotos nas redes sociais. Segundo a polícia, os criminosos se passavam por representantes de marcas de maquiagem e produtos de beleza. Assim, atraíam as vítimas com propostas de emprego.
Seis pessoas foram presas, quatro no Brasil, em Foz do Iguaçu (PR), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Rondonópolis (MT), uma em Portugal e outra na Espanha. A prisão na capital paulista é do investigado apontado como o principal alvo do esquema criminoso. O homem foi encontrado em uma casa no bairro Granja Julieta e levado ao presídio em Sorocaba. Na residência de luxo, policiais apreenderam documentos e mídias para investigar se há mais envolvidos.
Uma mulher foi presa na Espanha. Ela é apontada como a "despachante" do grupo, responsável por facilitar e falsificar a documentação para enviar as vítimas a outros países. Ao todo, a 1ª Vara da Justiça Federal em Sorocaba expediu nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva. Cinco alvos de mandados de prisão foram incluídos na lista da Interpol por estarem em outros países, como Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Portugal e Austrália.
Os nomes dos investigados são mantidos em sigilo durante o processo, informou a PF. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de São Paulo (SP), Goiânia (GO), Foz do Iguaçu (PR), Venâncio Aires (RS), Lauro de Freitas (BA) e Rondonópolis (MT).
Depois da abordagem pelas redes sociais, os criminosos ganhavam a confiança das supostas clientes e se ofereciam para fazer ensaios fotográficos até o momento em que ofertavam emprego, quando as vítimas eram aliciadas.
Segundo a PF, a mulher presa em Portugal tinha envolvimento com uma rede de prostituição nos Estados Unidos. Já o homem preso em Foz do Iguaçu, no Paraná, seria um cliente que contratou programas com menores de idade no Paraguai.