Polícia Quarta-Feira, 10 de Abril de 2024, 08h:08 | Atualizado:

Quarta-Feira, 10 de Abril de 2024, 08h:08 | Atualizado:

APITO FINAL

Prefeitura de Cuiabá terá que impedir o CV de usar miniestádio para assistencialismo

A PJC confirmou que a facção usava o miniestádio para se promover e "ajudar" moradores

Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

miniestadio WT, apito final

 

O poder público de Cuiabá deverá revogar a cessão do miniestádio do Jardim Florianópolis, em Cuiabá, que foi reformado e estava em uso pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) investigada na Operação Apito Final, da Polícia Civil, por lavar dinheiro do tráfico de drogas na Capital. O uso do espaço público foi identificado como forma de promover e difundir o nome do faccionado Paulo Witer Farias Paelo, o W.T, líder do grupo criminoso e tesoureiro da facção, além de responsável por gerenciar o tráfico de drogas na região. 

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) identificou que desde outubro de 2023, o espaço público, recentemente denominado pelo principal investigado da Operação Apito Final, como Arena Floripa, é utilizado como forma de difundir e promover o nome do líder criminoso e o da facção. 

A notificação recomendatória foi feita pela 11ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa da Capital e Coordenadoria do Núcleo de Ações de Competências Originárias Criminal (Naco). 

No documento, os promotores Mauro Zaque de Jesus e Carlos Roberto Zarour requerem à Prefeitura de Cuiabá e Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer que o município, além de revogar a cessão que autorizou a utilização do espaço público, também faça a remoção de todos os sinais, símbolos e marcadores do espaço onde constam o nome do time de futebol, que conforme as investigações da GCCO, é usado como fachada para as atividades da organização criminosa. 

“Que imediatamente retome a posse do imóvel para que o Município não permita mais o acesso de nenhuma dessas pessoas envolvidas nas investigações que apuram fatos gravíssimos. E que em cinco dias sejam retirados todos os sinais, símbolos e marcadores do espaço público que está com o time de futebol”, cita trecho da recomendação. 

Investigação 

O uso do espaço público no Jardim Florianópolis foi identificado como forma de promover e difundir o nome de Paulo Witer Farias Paelo, líder do grupo criminoso e tesoureiro da facção, além de responsável por gerenciar o tráfico de drogas na região. 

miniestadio WT, apito final

 

“Entre as condutas criminosas praticadas estão a promoção de atos assistencialistas para inserir a organização criminosa no meio da sociedade. É clara a intenção da facção criminosa de se aproximar da comunidade daquele bairro, especialmente das crianças, visando difundir a ideologia do crime e da violência”, assinalou o delegado Rafael Scatolon, um dos responsáveis pela investigação. 

A Arena Floripa foi pichada com frases e nomes do time de Paulo Witer, em cores que fazem alusão à facção criminosa. O local era utilizado para treinamentos e disputas de jogos amadores, inclusive o tradicional Peladão da capital. O time foi constituído e é mantido com a finalidade clara e exclusiva de lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas. 

“O estádio, embora seja um espaço do poder público, aparentemente atende apenas aos interesses do investigado, que fez, inclusive, a abertura de pessoa jurídica relacionada ao seu time de futebol. WT é um amante do futebol, então ele queria esbanjar seu poderio financeiro construindo essa arena e fazendo ali, talvez, escolinhas de futebol, para continuar lavando o dinheiro", observou o delegado Gustavo Belão, da GCCO. 

As investigações apuraram que, além do uso do espaço público no Jardim Florianópolis, a  organização criminosa começou a construir um centro esportivo no Jardim Umuarama, também na capital, um dos empreendimentos do líder criminoso que tinham Andrew Nickolas Marques dos Santos como “testa de ferro”. O espaço ocuparia 10 lotes residenciais com a construção de dois campos de futebol, academia, lojas e lanchonetes. 

Andrew, também preso na operação, foi identificado como peça fundamental para a organização criminosa chefiada por Paulo Witer, sendo um dos responsáveis pela compra e venda de imóveis e veículos para mascarar amovimentação do dinheiro do WT. 

Conforme os delegados, a construção da Arena Vip também foi financiada com o dinheiro do tráfico e tinha o objetivo de dar aparência lícita aos valores obtidos pela organização. "Além disso, o WT é um amante do futebol, então ele queria esbanjar seu poderio financeiro construindo essa arena e fazendo ali, talvez, escolinhas de futebol, para continuar lavando o dinheiro", pontuou o delegado da GCCO. 

Miniestádio do Jardim Florianópolis denominado de "Arena Floripa" por líder criminoso

Apito Final 

A operação foi deflagrada no dia 2 de abril, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumpir 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos, entre eles o líder do grupo, identificado como tesoureiro da facção e responsável pelo tráfico de drogas na região do Jardim Florianópolis.

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado apurou, no período de dois anos, que a organização movimentou R$ 65 milhões em bens móveis e imóveis adquiridos para lavar o dinheiro da facção. Além dos imóveis e veículos de luxo, as transações incluíram a criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.





Postar um novo comentário





Comentários (3)

  • Eleitor

    Quarta-Feira, 10 de Abril de 2024, 11h02
  • Decisão corretíssima!!!! Inclusive, a polícia precisa intensificar rodas nos campinhos da região do praeirinho,jardim tropical,jardim paulista,Tijucal,novo milênio,são João del Rey.......
    8
    1



  • Garrincha

    Quarta-Feira, 10 de Abril de 2024, 10h59
  • E os políticos que já estão da sendo as suas companhas para prefeito e vereador que estão misturados com essa turma do tráfico e faccao criminosa. É só observar tem candidato que só vive abraçando essa turma,?promovendo festas dando brindes.
    5
    0



  • Luz

    Quarta-Feira, 10 de Abril de 2024, 08h45
  • As pessoas, administradores públicos, que permitiram essa apropriação do estádio pelo crime, ficarão impunes? Eles fizeram negócios com um criminoso conhecido no Estado inteiro como líder de facção e vão presumir que "não sabiam" do uso ilegal do local ou que tiveram "boa fé"? Essas pessoas são tão criminosas quanto esse WT porque compactuaram para que parte desse crime ocorresse, jogaram as crianças do Jardim Florianópolis nas mãos de um traficante, que usa o futebol como meio para o fim verdadeiro, o tráfico da droga, destruindo pessoas. Esse WT deveria ter pena de morte, em um país sério esse criminoso, pelo visto imparável na prática do crime, é um semeador de destruição e como tal, deveria ser destruído.
    9
    1











Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet