O presidiário do Centro de Detenção Provisória de Tangará da Serra (239 km de Cuiabá) que denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo dentro de uma cela LGBTQIA+ na unidade prisional na última segunda-feira (27) prestou depoimento à Polícia Civil e deu mais detalhes sobre o dia do crime. Segundo o preso, ele foi dopado com medicamentos como clonazepam, clorpromazina e carbamazepina, misturados a um suco e depois segurado e estuprado por cinco outros presidiários, que não usaram preservativos.
No depoimento, o detento afirmou que na cela não estão apenas pessoas LGBTQIA+ e que os abusos ocorreram após a transferência de seu companheiro para outra unidade. Ele declarou ter sido ameaçado de morte e fez uma denúncia contra uma policial penal, que não tomou nenhuma medida em relação ao ocorrido.
Segundo ele, o polciial ainda debochou da situação. "O que aconteceu é que assim, doutor: lá é uma ala específica para LGBT, só que nem todo mundo que está lá é o público que deveria estar lá. Aí meu companheiro que estava lá foi transferido para outra unidade, foi na onde eles começaram a ficar de gracinha. ‘Bora fazer um sexo, bora fazer isso, bora fazer aquilo. Aí eu sempre me negando, não querendo fazer. Quando foi de manhã, levaram a gente para pegar os remédios psicotrópicos, porque toda segunda-feira de manhã nós pega. Eu tomei o meu, e do nada sumiram meus remédios da vasilha. Eles fizeram um suco e colocou o suco pra todo mundo beber. O copo que estava batizado era o meu. Não era o suco inteiro que estava batizado. Eu já sou acostumado a beber remédio. Então eu vi que já estava ficando grogue e foi na onde que começou. Eles querendo fazer sexo, eu falando que não. Teve dois que colocou mais pilha, que mais estimulou o crime, mas eles também praticaram. Só um deles que não penetrou e só me segurou. Preservativo era o que mais tinha, mas eles não usaram", relatou em vídeo publicado pelo site VG Notícias.
Em outro trecho do depoimento, o detento ainda denunciou uma funcionária por debochar da situação. "Eu chamei. Eu gritei. Então veio a policial penal. Eu contei a ela o que aconteceu, e ela perguntou: 'Uai, você não gosta? Você está na sua ala, você tá aí pra fazer isso mesmo'", declarou o detento que agora está receoso em continuar na mesma cela.
De acordo com a Secretaria Estadual Justiça de Mato Grosso (Sejus MT), a Pasta deu suporte necessários para atender o reeducando que foi vítima de estupro na noite de segunda-feira (27). O detento foi encaminhado a uma unidade de saúde, onde recebeu atendimento médico, passou por exame de corpo de delito e foi levado à delegacia, onde o caso foi registrado e a vítima foi ouvida.
A Polícia Penal está colaborando com a investigação da Polícia Civil, e a Corregedoria vai apurar se houve alguma falha na execução dos procedimentos de socorro à vítima.
Jonas
Quinta-Feira, 30 de Janeiro de 2025, 19h38Mauricio
Quinta-Feira, 30 de Janeiro de 2025, 18h45O Vigilante
Quinta-Feira, 30 de Janeiro de 2025, 16h31César
Quinta-Feira, 30 de Janeiro de 2025, 13h52Duzenão
Quinta-Feira, 30 de Janeiro de 2025, 13h39