Réu por chacina não irá depor e desiste de acompanhar júri popular

 

Após acompanhar de forma virtual os depoimentos de testemunhas na parte da manhã, o réu Gilberto dos Anjos Rodrigues não irá assistir aos demais interrogatórios. A defesa do acusado pela chacina de Sorriso (420 km ao Norte) informou ao juiz que ele também não prestará depoimento.

Além de testemunhas e familiares das vítimas, a senadora Margareth Buzetti (PSD) também acompanhou o júri popular, realizado nesta quinta-feira (7), na comarca de Sorriso. Ela é autora da lei que torna pública lista de réus por crimes sexuais e pedofilia em todo o país. Também é dela a lei enrijece pena para crimes de feminicídio, elevando a pena a até 40 anos. 

“É minha também a lei antifeminicídio, que muda as regras para julgamento deste tipo de crime. Por exemplo, agora, em caso de lesão corporal o cara vai ficar na cadeia, sim. Descumpriu medida protetiva, vai preso também. Além disso, mudamos de pena para mínimo 20 e máximo 40 anos, com 50% da pena em regime fechado. Perde cargo público, também.

Esta é a maior pena do código penal, mas vale a apenas para crimes a partir de novembro de 2024”, detalhou a senadora.

Até o momento, o viúvo Regivaldo Cardoso, o delegado Bruno França e demais testemunhas foram interrogadas. No recomeço do júri, na tarde desta quinta, serão realizados os debates entre defesa e acusação, com direito a réplica e tréplica. Posteriormente, os jurados se recolhem para definir a culpa ou absolvição do réu e a decisão é emitida pelo juiz, assim como a dosimetria da pena.

O caso

O crime aconteceu na madrugada de sexta (24) para sábado (25) de novembro de 2023, quando Gilberto Rodrigues dos Anjos, conforme já confessado, invadiu a casa das vítimas e cometeu os crimes. Os corpos foram encontrados somente na manhã do dia 27 de novembro de 2023, com diversos ferimentos no corpo e sinais de violência sexual, com exceção da menor de 10 anos.

Na época dos fatos, o réu trabalhava e morava em uma obra ao lado da residência das vítimas. O esposo e pai das vítimas viajava a trabalho, naquela ocasião.

Gilberto Rodrigues dos Anjos foi preso pela Polícia Civil de Sorriso logo após os corpos terem sido descobertos, tendo confessado os crimes em depoimento.