Seis meses após ser presa pela morte do marido do marido, o empresário Toni Flor, a viúva Ana Cláudia Flor admitiu que foi a mandante do crime, ocorrido em agosto de 2020. A confissão ocorreu em audiência de instrução realizada nesta quinta-feira na 12ª Vara Criminal de Cuiabá.
“Mandei”, disse Ana Cláudia, ao responder ao questionamento do magistrado se ela tinha mandado matar a vítima. Desde que foi presa, Ana Cláudia vinha negando ter encomendado a morte de Toni.
Em entrevistas na frente da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) afirmava que não tinha relação alguma com o crime, apesar de outros presos dizerem que tinham sido contratados por ela para cometerem o assassinato. O crime, segundo Igor Espinosa, autor dos disparos, foi encomendado por R$ 60 mil, dos quais ela pagou apenas R$ 20 mil.
A viúva justificou o crime pelas agressões sofridas ao longo do casamento com o empresário. “Sofri inúmeras agressões físicas dele e registrei três boletins de ocorrência contra ele. Chegou a me ameaçar de morte, quando eu dizia que não queria mais. As crianças inclusive presenciavam estas agressões e cheguei a largar dele por duas vezes. Sempre eu que quis separar. Isso nunca parte dos homens. Em 2020, com a pandemia, as coisas pioraram porque ficávamos juntos. Teve uma vez que ele correu atrás de mim para me matar com uma faca e disse que matava a mim e os filhos. Pra mim foi a gota d’água”, relatou.
Após admitir o caso, Ana Cláudia explicou como o crime foi tramado. Ela disse que contou sobre as agressões que sofria com a manicure Ediane, que contou que poderia ajuda-la com “alguém do Comando Vermelho”.
A viúva relatou que conversou com um membro da facção e disse a ele que planejava a morte do marido por conta das agressões. Ela ainda negou possuir amantes e recebeu como resposta que o assassinato ocorreria porque “eles não aceitam violência contra mulher”.
“Dias depois outra pessoa me ligou e vi que não era a mesma voz, mas sabia do teor da conversa, pois ela quis se passar pela primeira pessoa. Voltou a me perguntar se a questão era por conta de agressão física, porque se fosse por outras questões, não iriam fazer”, contou.
ARREPENDIMENTO
Ana Cláudia Flor afirmou que, dias após a conversa com o faccionado, o relacionamento entre ela e o marido melhorou. Eles chegaram a viajar juntos e passaram a viver “normalmente”. “Voltei para minha casa e estava levando uma vida normal e nem lembrava mais da burrada que eu tinha feito”, assinalou.
Por conta da melhora na relação, Ana Cláudia disse que não voltou a conversar com nenhum membro do Comando Vermelho sobre plano para matar Toni Flor. Segundo ela, eles seguiram o plano sem sua autorização.
“Não dei aval, não mandei foto e nem localização. Eu tinha desistido. Contribuí no dia que falei com eles pela primeira vez, mas depois mudei de ideia. Acredito que eles já estavam monitorando o Toni”, falou.
Ela disse que só voltou a ser procurada pelos faccionados após o crime, quando eles exigiam dinheiro. “Eles passaram a me procurar depois, dizendo que eu estava fazendo eles de palhaço, por fazer carreata e tudo mais. Paguei R$ 30 mil, na frente da rodoviária, para uma pessoa que estava de boné e máscara. Combinei pelo telefone. Parei o carro e veio um rapaz na minha direção. Nem conversei, abri o vidro e entreguei. Isso foi meses depois”.
Durante depoimento, Ana Cláudia chorou copiosamente quando foi questionada sobre suas filhas.
Freakazoid!
Sexta-Feira, 25 de Fevereiro de 2022, 09h54Bicho do Mato
Sexta-Feira, 25 de Fevereiro de 2022, 07h56Para Leocadio
Quinta-Feira, 24 de Fevereiro de 2022, 21h54Leocadio
Quinta-Feira, 24 de Fevereiro de 2022, 21h00Triste realidade
Quinta-Feira, 24 de Fevereiro de 2022, 19h57