Um dos suspeitos de participar do sequestro do produtor rural Edinho Meira, pai do prefeito de Jangada, Rogério Meira (PSD), contou que o pediu um dinheiro extra aos familiares da vítima, além do combinado com a organização criminosa. Vittor Campos, que foi preso na tarde do último domingo (22), relatou que preferiu ‘garantir’ a parte dele e comprou bebida, comida e até mesmo um cigarro eletrônico com os R$ 2 mil recebidos.

Em seu depoimento, Vittor Campos, que tem passagens por tráfico, furto, receptação e roubo, afirmou que não faz parte de nenhuma facção criminosa e que foi convidado para fazer parte da ação por João Paulo Ribeiro Quirino da Rocha, o “Novinho”. Sua função era a de ligar para a família da vítima e pedir o dinheiro, sendo que o combinado seria solicitar R$ 70 mil.

Segundo Vittor, a família depositou apenas R$ 2 mil, em transferências de R$ 1 mil cada. Ele contou que gastou o dinheiro em uma distribuidora e em um pesqueiro e que comprou cerveja, comida e até um vaper (cigarro eletrônico).

O suspeito relatou ainda que o montante arrecadado deveria ser repassado para uma mulher, mas que optou por pedir um valor extra, ‘por fora’. “Todo o dinheiro que seria pedido para família da vítima era para ser repassado para a Thais Caroline Nogueira Correia, na conta dela. Mas nós pedimos R$ 2 mil reais na conta da Alice e na conta da Beatriz. Isso não estava acordado com ‘RJ’ e ‘Novinho’. Nós já queríamos garantir o nosso”, contou.

O suspeito relatou ainda que soube da fuga da vítima e que os bandidos chegaram a fazer buscas na mata, para tentar encontrá-lo. Por conta do sumiço de Edinho Meira, os criminosos pediram pressa na requisição do resgate.

Vittor Campos também disse que os comparsas temiam que ele aplicasse um golpe no grupo. “Falei que o pai dele estava sequestrado, estava bebendo, comendo e tomando remédio e que era para enviar o dinheiro na conta que eu fosse mandar. Falei que, se não colaborassem ele iria morrer. Os rapazes ficaram me acelerando para pedir o dinheiro rápido senão o velho ia voltar pra casa e iríamos perder a oportunidade. Ficavam me ligando o tempo todo, com medo de eu desaparecer”, explicou.