Vídeos que circulam nas redes mostram funcionários ateando fogo nas instalações dos banheiros e dos alojamentos da empresa Tao Engenharia na noite do último domingo (20), em Porto Alegre do Norte, durante um protesto que visava melhorias nas condições de trabalho. O local abriga cerca de 600 trabalhadores.
Nas imagens, um homem afirma que policiais militares agrediram os trabalhadores. Um deles aparece com vários ferimentos pelo corpo e diz que foram provocados por arma de chumbinho. "Polícia aqui batendo. O bagulho tá doido. Quer espancar pai de família?", dizia um homem em um vídeo.
Conforme boletim de ocorrência da Polícia Militar, as equipes policiais foram acionadas por volta das 20h30 de domingo, após uma denúncia apontar que os funcionários estavam revoltados com a administração local, promovendo depredaçãos e incendiando as instalações dos banheiros e dos alojamentos.
Caminhões-pipa da empresa foram mobilizados para conter os focos de incêndio, mas foram impedidos pelos funcionários que participavam do protesto. O boletim informa que alguns deles fizeram ameaças e jogaram pedras nas pessoas que tentavam conter as chamas.
Ao chegarem ao alojamento, os policiais encontraram um grande número de funcionários exaltados, gritando palavras de ordem e em "estado de revoltada generalizada". Com a PM no local, novamente os caminhões-pipa tentaram combater o incêndio, mas o motorista foi hostilizado, segundo o boletim.
O Corpo de Bombeiros de Confresa foi acionado para conter o incêndio, que já se alastrava pelas instalações. Minutos depois, chegaram ao local reforçod policiais. As equipes se posicionaram em direção aos alojamentos e mandaram que todos evacuassem a área para que os bombeiros pudessem apagar chamas. A orientação foi atendida e o incêndio foi inicialmente controlado. Após a contenção do fogo, os funcionários permaneceram reunidos no pátio da empresa, onde um representante da empresa tentou dialogar com o grupo, buscando atender às reivindicações dos trabalhadores.
Contudo, o grupo ficou mais exaltado jogou pedras e avançou contra os policiais. Diante da situação, os policiais usaram munição anti-motim e gás de pimenta controlar os homens. O boletim informa que foram efetuados 10 disparos com balas de borracha, de calibre 12. O grupo recuou em direção aos alojamentos e voltou atear fogo nas instalações.
Os manifestantes continuaram a lançar pedras contra policiais e viaturas, resultando na detenção de dois trabalhadores diretamente envolvidos nos atos de violência. Diante da desproporção numérica — cerca de 600 funcionários revoltados contra um efetivo policial reduzido — os policiais recuaram para fora da empresa. As viaturas permaneceram no entorno, aguardando a chegada de novo reforço para retomar o controle da situação.
A confusão foi controlada e dois homens, sendo um de 26 e outro de 39 anos, foram presos. O caso foi encaminhado para a Polícia Civil.
Antônio
Terça-Feira, 22 de Julho de 2025, 18h35