A prisão de um rapaz de 18 anos, no último dia 10 deste mês, trouxe à tona a polêmica sobre o uso e tráfico de drogas dentro do campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. De acordo com a UFMT o jovem detido não faz parte da comunidade acadêmica, o que faz supor que traficantes estejam agindo em meio aos acadêmicos.
“Não são universitários, eles se misturavam no meio dos alunos”, informou a pró-reitora da instituição federal, Valeria Calmon Cerisara. Acionados pela UFMT, policiais militares detiveram A.D.C.V., de 18 anos, com quem foram encontradas duas porções de maconha. De acordo com boletim de ocorrência, ele e outros três jovens estavam no estacionamento, que fica atrás da biblioteca.
Com a aproximação dos militares, A.D. retirou um embrulho do bolso e jogou-o no chão, a certa distância. Entretanto, na abordagem, os policiais encontraram com ele uma porção de maconha e, ao verificar o objeto arremessado, constataram se tratar de outra trouxa da droga. O jovem foi encaminhado para a Central de Flagrantes, que fica no bairro Planalto, onde foi preenchido termo circunstanciado (TC). “Ele (detido) estava com pacote, pacote é o quê? Não é uso. Pacote não é consumo. Só pode ser o quê”, indagou Cerisara levantando a suspeita de tráfico na área interna da instituição federal.
Não é descartado, inclusive, que os jovens flagrados pela polícia estivessem frequentando sala de aula. “Para você ver eles já estavam se misturado como alunos, usando mochila, caderno, se vestem como alunos. Se bobear deviam até frequentar sala de aula por que qualquer pessoa que tenha interesse em frequentar e assistir (aula) o professor dificilmente vai dizer que não. Ele (docente) vai achar que é de outra turma, de outra sala”, disse. “Então, eles (traficantes) estão se misturando. Isso já é uma nova forma de agir para distribuir droga. Então, agora, tem que reforçar isso com os alunos para que fiquem atentos com quem está do lado deles”, frisou.
Segundo Valéria Cerisara, a Pró-reitoria de Assistência Estudantil tem investido em campanhas educativas. “A gente atua mais no sentido educacional, de orientar e informar os efeitos. Daí fazer uma interferência direta, a gente não pode”, frisou.
A pró-reitora destacou ainda que o problema não é uma exclusividade da instituição. “Esta é uma situação que está posta na sociedade como um todo, não é na UFMT. Ela está posta e é um problema que alcança todo mundo. A UFMT cuida, em primeiro, de contratar segurança para cuidar do patrimônio da instituição. E temos um convênio firmado com a Polícia Militar para que a Base Comunitária do Boa Esperança atenda (outras) as demandas da instituição”, disse.
Conforme Cerisara, quando os responsáveis pela segurança patrimonial identificam movimentos suspeitos no campus é feito um trabalho com a Polícia Militar para que haja prisão em flagrante. Entretanto, a atribuição pela repressão no campus é da Polícia Federal. Sobre o uso de drogas por parte de universitários no campus, a pró-reitora disse que a instituição tem apenas notícias. “Quando a gente faz uma reclamação, o máximo que a gente pode fazer é pedir para o segurança ir e dá uma olhada. Ele fica um tempinho para incomodar os usuários, que se sentem incomodados e eles saem. Mas, os nossos seguranças não podem fazer a abordagem. Só em caso extremo”, afirma.