O vereador tenente-coronel Dias (Cidadania) saiu em defesa da Polícia Militar após a repercussão do feminicídio cometido pelo soldado Ricker Maximiano de Moraes, 35, no último domingo (25). Ele rebateu as críticas feitas pelo delegado Edison Pick, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sobre a suspeita de policiais militares terem retirado a arma do crime da casa onde o PM se escondeu após matar a companheira, Gabrieli Daniel de Souza, 31.
Para a imprensa, o parlamentar alegou que informações repassadas por integrantes da própria PM indicam que os colegas de farda atuaram para convencer Moraes a se entregar, e que não houve má intenção ou tentativa de atrapalhar o trabalho da Polícia Civil. “Os policiais militares tentaram auxiliar o soldado Moraes a se entregar. Acho que houve um equívoco por parte do delegado. Ele trouxe o assunto de forma precipitada e a gente não precisa criar uma situação institucional”, afirmou Dias.
O vereador destacou o respeito entre as instituições, mas ponderou que neste caso é necessário apurar o contexto antes de apontar falhas. “Temos um respeito muito grande pela Polícia Civil, pelo belíssimo trabalho que tem feito no combate às facções. Mas buscamos o entendimento de que, neste caso, os policiais militares se reuniram e convenceram o soldado Moraes a se entregar”, disse.
Dias reconheceu que o soldado precisa responder pelo crime, mas reforçou que ele apresentava problemas psicológicos e que esse aspecto precisa ser considerado pelas autoridades. “Esse policial militar não está bem. Ele deve ser responsabilizado, as provas devem ser levadas ao juiz, mas é preciso entender também a situação dele. Ele estava passando por problemas psicológicos. É uma ferida que precisamos tocar: a saúde mental do nosso policial militar”, concluiu.
Após matar Gabrieli na cozinha de casa, Moraes pegou os dois filhos do casal, de 3 e 5 anos, e os levou até a casa do pai, em Cuiabá. No local, ele deixou o carro usado na fuga e a arma do crime. A Polícia Militar chegou antes da Polícia Civil e recolheu o armamento.
Na noite de domingo, o delegado Edison Pick criticou a ação, dizendo que mais uma vez a PM teria "mexido na cena do crime", o que atrapalharia a investigação. “Mais uma vez a PM veio mexer na cena do crime, isso atrapalha demais. Não sei quem tirou [a arma]. O procedimento agora é esperar ela ser apresentada e explicar o motivo de ela ter sido retirada do local’, disse o delegado à imprensa.
O pai do autor do crime, que é policial militar aposentado, também estava na residência. A DHPP foi informada que a arma seria apresentada posteriormente, por pertencer à PM. O caso continua sendo investigado.
MARIO
Quarta-Feira, 28 de Maio de 2025, 09h02