O suspeito de integrar um grupo de extermínio e assassinar o advogado Rodrigo Zampieri se vestiu de padre para identificar a vítima, diz uma fonte da Polícia Federal a par da investigação. O suspeito de ser o atirador é Antônio Gomes da Silva, que foi preso em operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (28), em Cuiabá (MT).
Os dois se conheceram semanas antes do crime. Segundo a fonte da PF ao blog, o suspeito foi apresentado ao advogado como – e vestido de – padre. As circunstâncias em que o encontro aconteceu não foram informadas.
Além de Antônio, outros quatro suspeitos de serem mandantes e coautores do assassinato do advogado foram presos na operação desta quarta-feira. Zampieri era um advogado que atuava em processos sobre posse de terra e foi assassinado com 10 tiros em 2023.
Ele foi executado dentro do próprio carro em frente ao escritório em que trabalhava. O advogado foi surpreendido em uma emboscada por um homem de boné, que aguardava Zampieri e efetuou os disparos.
A suspeita é que ele tenha sido vítima do autodenominado Comando de Caça a Comunistas, Criminosos e Corruptos (C4), um grupo de extermínio formado por militares da ativa e da reserva que também oferecia serviços de espionagem de autoridades. Para a PF, o grupo está envolvido em um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Com o grupo, os policiais federais apreenderam armas, munição e documentos, como a relação de armamentos, despesas e preços de serviços oferecidos.
Até a última atualização deste post, a defesa de Antônio não se manifestou sobre a operação e as suspeitas da PF. A Polícia Federal prendeu nesta quarta:
Aníbal Manoel Laurindo (produtor rural);
Coronel Luiz Caçadini (militar reformado);
Antônio Gomes da Silva;
Hedilerson Barbosa;
Gilberto Louzada da Silva.
Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, o produtor rural Aníbal Laurindo teria sido o mandante do crime, praticado em razão de uma disputa judicial por terras avaliadas em mais de R$ 100 milhões. O coronel Luiz Caçadini teria financiado a ação. Antônio Gomes da Silva seria o autor dos disparos e foi auxiliado por Hedilerson Barbosa, dono da pistola 9mm usada no assassinato.
A participação de Gilberto Louzada da Silva ainda não foi esclarecida. Segundo investigações da Polícia Federal, os presos fazem parte de uma organização criminosa – formada por militares da ativa, da reserva e civis – dedicada à espionagem e a homicídios por encomenda.
De acordo com a apuração, o grupo mantinha uma tabela de preços de espionagem conforme o perfil do alvo:
Ministros do STF: R$ 250 mil
Senadores: R$ 150 mil
Deputados: R$ 100 mil
Além disso, segundo o documento apreendido pela PF, o grupo cobrava R$ 50 mil para espionar "figuras normais", ou seja, pessoas que não ocupam cargos e funções públicas. O nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, é mencionado nas anotações do grupo como sendo um alvo de interesse.
Para as atividades de espionagem, o "Comando C4" utilizava diversos recursos, como carros com placas frias, rastreadores veiculares e drones, e projetava a utilização de hackers e pessoas com experiência em atividades de inteligência para realizar as suas ações. Além disso, previa a contratação de prostitutas e garotos de programa para serem utilizados como "iscas" para atrair os alvos.
O grupo listou também materiais e veículos que poderiam ser acionados nas operações:
5 fuzis de "snipper" (sic) com silenciador
15 pistolas com silenciador
munição
lança rojão tipo AT 34 de ombro
minas magnética e explosivos com detonação remota
paj
Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 09h3110 CONDENADO
Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 08h49Pedro
Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 08h46MARIA TAQUARA
Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 08h44Dito
Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 08h33Marcos Justos
Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 08h33