O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), rebateu críticas de quem diz que ele precisa "parar de olhar para trás", diante dos primeiros 6 meses de gestão. Insatisfeitos avaliam que a conduta representa uma "âncora", impedindo que a administração avance.
O gestor afirma que não gostaria de "olhar para trás", mas é impossível ignorar os problemas deixados pela gestão anterior. Ele destaca o rombo de R$ 50 milhões nos empréstimos consignados dos servidores públicos, descontados do holerite e não repassados aos bancos, dívidas acumuladas com empresas do transporte coletivo, queda nos repasses do ICMS e o contrato com a CS Mobi, responsável pelo estacionamento rotativo da cidade.
“Eu não gostaria de olhar para trás, de maneira nenhuma. Mas quem vai pagar os R$ 50 milhões de consignados que foram roubados do servidor e não foram pagos aos bancos? Eu olho para trás e falo: não, não vou olhar para essa dívida? Deixa os R$ 50 milhões do servidor para trás? Vamos olhar só para frente?”, pontuou Abílio, em tom de indignação.
O prefeito também relatou que, além do rombo no consignado, teve que firmar um acordo com o Tribunal de Contas para reconhecer R$ 35 milhões em dívidas com uma empresa do transporte coletivo, além de prever uma “fatura enorme” a ser paga em razão do contrato com a CS Mobi, que administra o Estacionamento Rotativo.
“A bomba que a gente tem que resolver com a CS Mobi, que vem uma fatura enorme para a gente pagar. Teremos ainda R$ 700 milhões de dívida a curto prazo, a sombra dos R$ 2 bilhões de dívida dentro do nosso orçamento. As inúmeras empresas que não receberam em 2023 e 2024, deixa para lá? Não olhe para trás?”, ironizou.
Ele ainda apontou que o município foi avaliado com nota “C” no CAPAG — indicador do Tesouro Nacional que mede a capacidade de pagamento dos entes federativos —, o que impossibilita o acesso a novos créditos
“É muito mais fácil. Se eu pudesse pegar o orçamento do município e cuidar apenas das despesas geradas em 2025, seria excelente. Mas a sombra das dívidas trava a gestão”, lamentou o prefeito.
Por fim, Abilio garante que se a "herança maldita" não existisse se preocuparia apenas em conciliar os recursos com seus investimentos e secretariado.
“Inclusive, infelizmente existe uma âncora travando o desenvolvimento do município associada a vereadores que ficaram puxando o saco do gestor anterior”, finalizou.