O servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Hugo Ferreira Netto Loss, chefe de ações de combate ao garimpo e ao desmatamento, era um dos alvos monitorados pelo núcleo paralelo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por ter 'incomodado' os interesses pessoais do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo político tentou incriminar o servidor públicoo com "algo de Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul", conforme investigações da Operação Última Milha, deflagrada pela Polícia Federal (PF).
A ação está em sua 4ª fase e tem objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, utilizando-se de sistemas da Abin. A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos como o de Hugo que era analista ambiental do Ibama
De acordo com o inquérito, Loss foi alvo do equipamento First Mile, que é clandestino e que "puxa a capivara" de servidores públicos que cumpriam seus deveres funcionais, no caso dele devido a sua atuação no combate aos crimes ambientais. Ele foi investigado ao menos três vezes no sistema e todas sob a chancela do então diretor-geral da Abin e atualmente deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
A primeira delas ocorreu no dia 27 de maio de 2020. As ações clandestinas eram realizadas contra opositores ou contra quem desagradasse o núcleo político de Bolsonaro e eram realizadas com a plena ciência do então diretor-geral da Abin e atualmente deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
A segunda ação clandestina ocorreu no dia 30 de outubro de 2021 e foi motivada porque o trabalho de Hugo teria atingido diretamente Jair Bolsonaro. "Bom dia. Giancarlo. Esses 3 nomes acima são de servidores do Ibama. Estão dando trabalho à gestão. Tem corno verificar a ficha corrida deles e o que aprontaram nas polícias e em outras áreas. Uma dica: Hugo Leonardo teria algo contra ele no Mato Grosso ou no Mato Grosso do Sul", diz trecho do inquérito
A terceira vez foi no dia 30 de outubro de 2022 e a PF descreve como a organização criminosa era bem estruturada. " Contamos com a parceria e apoio imprescindíveis de sua equipe e da Abin. Ontem já agradeci, inclusive,ao Dr. Ramagem por todo apoio que está nos dando. Quando tiver novidades favor nos avisar! Forte abraço", traz trecho do inquérito.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
Ze da Roça
Sexta-Feira, 12 de Julho de 2024, 18h17Aldo
Sexta-Feira, 12 de Julho de 2024, 14h28falei e disse
Sexta-Feira, 12 de Julho de 2024, 13h41Windson
Sexta-Feira, 12 de Julho de 2024, 13h28Marcos
Sexta-Feira, 12 de Julho de 2024, 13h06Lene
Sexta-Feira, 12 de Julho de 2024, 12h33Alcindo - guia
Sexta-Feira, 12 de Julho de 2024, 12h24alexandre
Sexta-Feira, 12 de Julho de 2024, 12h14