Política Terça-Feira, 26 de Novembro de 2024, 15h:28 | Atualizado:

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SISAMNES

Advogado morto ofereceu relógio de luxo a desembargador de MT

Zanin bloqueou R$ 500 mil de alvos de operação

LEONARDO HEITOR
Da Redação

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joaoferreira-zampieri

 

Na decisão em que o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a deflagração da Operação Sisamnes, nesta terça-feira (26), pela Polícia Federal, foi revelado que o advogado Roberto Zampieri ter oferecido um relógio de luxo para o magistrado. Os alvos da ação policial utilizarão tornozeleira eletrônica e tiveram R$ 500 mil bloqueados, por determinação da Justiça.

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (26) uma segunda operação que mira o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de venda de decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e outros tribunais. A PF cumpre a prisão preventiva do lobista e executa busca e apreensão contra assessores de ministros do STJ, incluindo chefes de gabinete.

A operação foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Cristiano Zanin, relator da investigação. A PF também mira desembargadores de Mato Grosso suspeitos de envolvimento com o grupo. De acordo com a decisão, foi apontada uma troca de mensagens e imagens entre João Ferreira Filho e o advogado Roberto Zampieri sobre um relógio da marca Patek Phillipe.

Segundo os investigadores, trata-se de uma contrapartida ou uma vantagem a ser recebida em virtude do cargo público ocupado pelo magistrado. No dia 8 de novembro de 2023, segundo os autos, o jurista chegou a mencionar que levaria o relógio para o desembargador, para que ele pudesse analisá-lo.

“Os registros revelam que, no mesmo dia da troca de mensagens e imagens sobre o relógio, Roberto Zampieri solicitou ao desembargador que examinasse ‘aquele caso’, tendo respondido João Ferreira Filho que não estaria em Cuiabá, mas que retornaria à capital do Mato Grosso no dia 14 de novembro e analisaria a situação”, diz trecho do documento. Segundo os investigadores, Roberto Zampieri não estava registrado como advogado das partes no agravo de instrumento mencionado por ele na conversa. Por conta disso, foi levantada a hipótese de que o jurista morto em 2023 também atuava como intermediador no esquema de venda de sentenças.

“A assertiva ganha destaque a partir de mensagem enviada poucos dias antes, em 6 de novembro de 2023. Nos prints e demais registros, é possível visualizar que o primeiro encaminhou ao advogado já falecido decisão no mencionado recurso, cujo conteúdo, segundo se apurou, seria o mesmo enviado ao investigado João Ferreira Filho”, apontaram os investigadores. No entanto, o desembargador acabou rejeitando o requerimento feito, o que motivou uma conversa entre ele e Zampieri, que no dia seguinte, foi até o TJMT para buscar esclarecer a situação processual com João Ferreira Filho.

Os investigadores apontaram que o magistrado enviou no dia 14 de novembro de 2023 uma mensagem ao advogado que seria assassinado no mês seguinte, conteúdo que foi apagado posteriormente, e sugere a exigência de valores a serem pagos dentro de seu gabinete na Corte. “Sim senhor. Eu achei que era pra juntar tudo, somente isso. Por isso nem falei nada ontem, somente isso. Está guardado. Não precisa ficar chateado comigo, apenas não quis ficar levando picado. Mas está guardado, se preferir levo hoje ou transfiro. O rapaz está desesperado. Ele está indo aí”, diz trecho dos diálogos interceptados, com as respostas de Zampieri.

lapak, Flaviano Kleber Taques Figueiredo, Andreson de Oliveira Gonçalves, Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves, Mauro Thadeu Prado de Moraes, Haroldo Augusto Filho, Rodrigo Vechiato da Silveira e Rafael Macedo Martins. O grupo também foi alvo de um bloqueio de R$ 500 mil em bens e contas bancárias.





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Comentários (6)

  • Cada coisa

    Terça-Feira, 26 de Novembro de 2024, 21h57
  • Vish, tá esculhambação a coisa mesmo, parecendo comércio de marreteiro, troca decisão por relógio,daqui uns dias troca por rede, depois panela, alumínio, cobre, garrafa, e só morro abaixo.
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  • Alberto

    Terça-Feira, 26 de Novembro de 2024, 17h27
  • É por isto que pobre não ganha processo nunca
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  • CIDADÃO ATENTO

    Terça-Feira, 26 de Novembro de 2024, 17h01
  • Esses foram os que caíram na rede. E os outros do TJMT que ainda não caíram?? Ali tem coisas que até Deus duvida. Basta investigar a evolução patrimonial de alguns magistrados e se perceberá que é incompatível com os seus ganhos, que são bem altos, admita-se. A verdade é que o Poder Judiciário tem que passar por uma nova reforma. O patrimonialismo e a corrupção permeiam tal poder desde sempre. Alguns desembargadores e juízes tratam os cargos públicos que ocupam como se fossem de sua propriedade. E é isso que tem minado a credibilidade da sociedade no Judiciário. Ninguém mais confia na Justiça.
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  • Digo

    Terça-Feira, 26 de Novembro de 2024, 16h27
  • Que a justiça divina seja feita , ainda mais nóis mortais passamos e estamos passando nas mãos de alguns desses togados aí , muita revolta , decisões contraditórias esquemas de amizades filhos e filhas de desembargadores advogados que influência nas decisões . Tem mais por vir , a justiça lá de cima não falha.
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  • Cidadão

    Terça-Feira, 26 de Novembro de 2024, 16h11
  • ESTES SÃO OS BAIXO CLERO DO TJ! QUANDO O STJ E A PF CHEGARÃO NA ATÉ AO ALTO CLERO?
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  • Desconhecido

    Terça-Feira, 26 de Novembro de 2024, 15h31
  • Se investigar bem tem dedo daquele tal de justino trambiqueiro no meio
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