Após 64 dias, o ex-secretário de Fazenda, Casa Civil e da Copa do Mundo, Éder Moraes Dias, desembarca na tarde desta quarta-feira, às 17 horas, no aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, no vôo 09374 da TAM. Ele chega à capital do Estado escoltado por dois agentes e um delegado da Polícia Federal de Brasília.
De acordo com uma fonte na Polícia Federal na capital federal, o ex-secretário será o último passageiro a embarcar no vôo na capital federal. Ele e os agentes da PF embarcarão discretamente pela porta traseira da aeronave para não causar alvoroço entre os demais presentes.
No desembarque, o ex-secretário será o último a descer da aeronave. Ele será algemado ainda na pista do Marechal Rondon e entrará numa viatura da Polícia Federal, de onde seguirá para a Superintendência do órgão, na avenida do CPA. O ex-secretário passará as noites no Centro de Custódia de Cuiabá, antiga Polinter. Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, existe uma "reserva" de 3 a 4 dias para ele no local. Todavia, a permanência dele no local pode ser prorrogada.
A opção por um vôo comercial, ao invés de transportar o ex-secretário numa aeronave da PF se deu em razão do princípio da economicidade. Isso porque, o custo do transporte no jato da Polícia Federal gira, em cerca, de R$ 80 mil por viagem. Como se trata de apenas um detento, sendo necessário outra três pessoas para acompanhá-lo, sai mais barato acomodá-los num vôo comum.
Éder, que está detido no Complexo Penitenciário da Papuda em Brasília (DF), participará das audiências de instrução na Justiça Federal num dos processos decorrentes da Operação Ararath. O ex-secretário é réu junto com a esposa, Laura Tereza da Costa Dias, o gerente do Bic Banco em Mato Grosso, Luiz Carlos Cuzziol, e ainda o ex-secretário adjunto do Tesouro Estadual, Vivaldo Lopes.
Eles são acusados do crime de lavagem de dinheiro público para financiamento de campanhas eleitorais, apoio a um clube de futebol e ainda compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado. No início do mês foi realizada a primeira audiência de instrução do caso. Éder participou da oitiva por meio de videoconferência.
Na ocasião, apenas o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o “Júnior Mendonça”, prestou esclarecimentos ao juiz federal Jeferson Schneider. Mendonça é peça-chave na investigação, pois teria operado o esquema a mando de Éder Moraes, e colaborou com as investigações mediante o benefício da delação premiada.
Além da oitiva de amanhã a tarde, estão marcadas audiências para o dia 25 e 31 de julho e ainda no dia 1º de agosto. Ainda não há a informação se Éder irá retornar para Brasília na sexta-feira, ou se permanece em Mato Grosso na próxima semana até a última audiência.
PRESO NA PAPUDA
De todos os investigados, Éder é o único que está preso. Ele foi detido no dia 20 de maio durante a quinta fase da Operação Ararath e transferido para a capital federal sob a justificativa de que ele possa interferir nos trabalhos de investigação. Desde então, foram protocolados quatro pedidos de liberdade, todos negados pela Justiça.
Existem ainda dois pedidos de habeas corpus em favor do ex-secretário. Um está sob análise do desembargador Mário César Ribeiro, do Tribunal Regional Federal, que pode emitir decisão a qualquer momento. Outro aguarda decisão do pleno do STF (Supremo Tribunal Federal).
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CHUVISCO
Quarta-Feira, 23 de Julho de 2014, 14h50