Após confessar propina, alvo da Lava Jato devolve R$ 1,2 milhão para MT

 Promotor Clóvis de Almeida; no detalhe, Piero Vicenzo Parini

A Odebrecht firmou acordo para devolver R$ 1,2 milhão ao Estado, por uma suposta improbidade administrativa cometida pela empresa Brenco Companhia Brasileira de Energia Renovável (Odebrecht Agroindustrial), que pertence ao conglomerado. Por conta do acordo, o inquérito que investiga o esquema foi arquivado. A informação foi divulgada pelo site Midianews.

O valor é relativo a uma propina que teria sido paga pela empresa ao presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Piero Vicenzo Parini, nos anos de 2012 e 2013. O valor seria repassado ao ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi.

O acordo foi celebrado após uma confissão da empresa. A Odebrecht teve que pagar R$ 1,2 milhão, sendo metade de multa e a outra metade por danos morais coletivos.

A confissão foi feita em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre a empresa e seu vice-presidente de Relações Institucionais, Amaury Eduardo Pekelmann, com o Ministério Público Estadual (MPE) e o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), no último dia 26 de junho.

De acordo com o procurador Luiz Eduardo Martins Jacob, a confissão da empresa ajudou a desvendar o esquema. “Há indícios de que a cobrança do presidente do sindicato era destinada ao ex-governador Silval Barbosa. A empresa prestou informações essenciais para o deslinde das investigações e responsabilização dos envolvidos”, destacou.

O voto dele foi acompanhado por todo conselho. Os valores devolvidos foram destinados ao pronto-socorro de Cuiabá.