A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV), pede na Justiça Federal a autorização para voltar a frequentar a prefeitura da Capital - incluindo a secretaria municipal de Saúde. Ela foi um dos alvos da operação “Capistrum”, que revelou um suposto esquema de “cabide de emprego” na pasta para troca de favores políticos pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Inicialmente, a operação “Capistrum” era julgada no Poder Judiciário de Mato Grosso, porém, com a competência sendo transferida para a Justiça Federal, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os autos agora tramitam no TRF1. No ano de 2021, quando o processo ainda estava sob responsabilidade do judiciário mato-grossense, Márcia Pinheiro sofreu medidas cautelares como a proibição de frequentar a prefeitura e suas secretarias - incluindo a pasta da saúde, origem das supostas fraudes.
Ao TRF1, a primeira-dama de Cuiabá defende que a medida não é “proporcional ou razoável” em razão de ser “ré primária e sem antecedentes”. Márcia Pinheiro alega, ainda, que foi eleita “vice-presidente da Associação Nacional das Primeiras-Damas”, revelando que as proibições lhe causam constrangimento.
Ainda não há decisão sobre o pedido de Márcia Pinheiro. A operação “Capistrum” foi deflagrada em 19 de outubro de 2021 pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco-Criminal).
Além da primeira-dama, As diligências cumpriram medidas cautelares de busca, apreensão e sequestro de bens em desfavor do Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, do chefe de gabinete Antônio Monreal Neto, da secretária adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, e do ex-coordenador de Gestão de Pessoas, Ricardo Aparecido Ribeiro. A operação “Capistrum” acarretou à época nos afastamentos dos cargos de Emanuel Pinheiro, da secretária adjunta Ivone de Souza, na prisão de Antônio Monreal Neto, além do bloqueio de até R$ 16 milhões – incluindo da primeira dama e também de Ricardo Aparecido Ribeiro. A suspeita é de que o prefeito tenha "loteado" cargos na secretaria municipal de saúde para obtenção de apoio político de vereadores, que indicavam pessoas para assumir postos de trabalho na pasta.
As investigações tiveram início após depoimento do ex-secretário de saúde Huark Douglas Correia, que assinou um acordo de não persecução penal com o Ministério Público do Estado (MPMT). O ex-gestor teria revelado que ao menos 259 contratos de prestação de serviços com servidores comissionados eram "escusos".
Carla
Terça-Feira, 16 de Abril de 2024, 08h51Welton
Terça-Feira, 16 de Abril de 2024, 06h09