O coordenador do Gaeco (Grupo de Ação de Combate ao Crime Organizado), promotor Marco Aurélio de Castro, voltou a criticar o habeas corpus concedidao pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Juvenal Pereira, que acabou suspendendo as investigações que resultaram na Operação Aprendiz, deflagrada em novembro do ano passado. A ação culminou com a renúncia do vereador João Emanuel (PSD) da presidência da Câmara de Cuiabá.
De acordo com Castro, o pedido feito pela defesa de João Emanuel sequer solicitava a suspensão total das investigações. "Ele pediu que o vídeo fosse retirado do processo, não toda a investigação", destacou o promotor em entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Record).
O promotor ainda citou que a alegação do desembargador para suspender as investigações são falhas, uma vez que o poder de investigação do Ministério Público foi garantido com a derrubada da PEC 37 pelo Congresso Nacional. Além disso, ele afirmou que a lei que criou o Gaeco em Mato Grosso faculta a presença das Polícia Civil e Militar nas investigações. "Essa participação fica a critério dos órgãos", completou, ao adiantar que o Ministério Público, a partir de agora, vai solicitar a Polícia Civil a designação de delegados para acompanhar as investigações "com as atribuições de cada um sendo respeitadas".
Sobre o vídeo questionado pela defesa, o chefe do Gaeco assegurou que foram feitas duas perícias que descartaram a possibilidade dele ser fraudulento, conforme foi defendido pelo advogado Eduardo Mahon, que faz defesa do vereador João Emanuel. Castro, que se disse "espantado" com conteúdo das imagens, colocou que a primeira perícia foi feita antes da deflagração da Operação Aprendiz.
pós divulgação das imagens e questionamento da defesa, ele encaminhou o material à Politec (Polícia Técnica), que garantiu que não houve "trucagem" das imagens. "Todo trabalho está respaldado e a legitimidade do vídeo está garantida", frisou.
Recurso
Nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça irá julgar o recurso impetrado pelo Gaeco para que as investigações sejam retomadas. O processo é relatado pelo desembargador Gilberto Giraldelli, que sinalizou voto favorável ao recurso do MPE e determindo o retorno das investigações. "Todas as provas colhidas e o poder de investigação do Ministério Público são legítimos", destacou.
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