A controversa decisão do governo do Estado, de entregar a Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251) para a iniciativa privada para implantação de pedágio, será o assunto debatido numa audiência pública na Câmara Municipal de Cuiabá nesta quarta-feira (19). Marcado para começar às 9h no plenário do Legislativo, o evento foi solicitado por um grupo de vereadores para ouvir a população e dar oportunidade a mais segmentos e entidades contrárias ao pedágio a se unirem e mostrar ao governo que não aceitam que a Estrada Parque que liga a Capital a Chapada dos Guimarães, um dos principais pontos turísticos do Estado, seja pedagiada.

A Câmara ao propor a audiência, entendeu, por meio de vários vereadores que as 3 reuniões que o governo do Estado promoveu em janeiro não foram suficientes para debater com a população das 3 cidades afetadas diretamente pelo pedágio. São elas: Cuiabá, Chapada dos Guimarães e Campo Verde, pois a MT-140 que vai de Chapada até o município vizinho também será pedagiada.

Para Renivaldo, autor do requerimento para a audiência, os eventos realizados pela Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu) foram somente para "cumprir protocolos e formalidades do edital não representando a opinião pública". A secretaria é responsável por conduzir o processo de concessão das 2 rodovias estaduais à iniciativa privada.

Ao justificar a necessidade de promover os debates em Cuiabá, o parlamentar disse que a medida busca evitar que os cuiabanos sejam ignorados. "Essa rodovia pertence à população, não pode ser usada para enriquecimento particular. Não vamos pagar para utilizar uma coisa que já é nossa", pontuou ele.

Os parlamentares ressaltam que a implantação dos pedágios na rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães e ainda a Campo Verde irá restringir a locomoção dos moradores e cerceará o direito de ir e vir dos cidadãos de menor poder aquisitivo. Proposta pelo vereador Renivaldo Nascimento, a audiência foi subescrita também por Lilo Pinheiro, Onofre Júnior, Juca do Guaraná Filho e Dilemário Alencar.

Destacam que o grande fluxo diário na rodovia estadual é composto em boa parte por pessoas que trabalham e estudam em Cuiabá ou que se deslocam em busca de serviços não oferecidos em Chapada. Diante disso, afirmam que a população sairá no prejuízo. Chapada é popularmente conhecida por seu potencial turístico e está localizada num raio de 67 Km de Cuiabá, na região metropolitana da Capital. Por isso a opinião é de que não cabe a implantação de pedágio.

O governo anunciou que seriam 4 praças de cobrança sendo 3 entre Cuiabá e Chapada e outra no trecho que liga Campo Verde. Depois, após protestos nas redes sociais, atos de planfletagem e adesivagem de veículos, bem como recuou a manifestação dos 11 vereadores de Chapada e também de parlamentares e moradores de Campo Verde, disse que o estudo continuava em fase de elaboração, mas que seriam somente 2 pontos de cobrança entre a Capita e Chapada dos Guimarães.