José Medeiros (PL) e Nelson Barbudo (PL) estão entre os 10 deputados federais que mais contribuíram para aumentar a emissão de gases de efeito estufa no país, como mostra levantamento do CO2-Index. O índice foi calculado a partir de discursos, votos e projetos dos parlamentares no mandato 2019-2022.
O CO2-Index foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, Representação e Legitimidade Democrática (INCT-ReDem) e busca medir o impacto ambiental da Câmara Federal na emissão de carbono. Foram analisados mais de 600 votações nominais, 2,4 mil projetos de lei e centenas de discursos dos parlamentares.
O estudo avaliou os 513 deputados com mandato ativo durante o governo Bolsonaro (2019-2022). Analisando apenas os 276 deputados que mantém o cargo na gestão atual, sobram 4 parlamentares mato-grossenses: Emanuel Pinheiro Neto, o "Emanuelzinho" (MDB), e Juarez Costa (MDB), além de Medeiros e Barbudo.
Os deputados do PL ficaram no top 10 negativo da lista: Medeiros ficou em 3º, com um índice de 3,2, e Barbudo em 4º, com um índice de 2,4.
Já no lado emedebista da Câmara, Juarez teve índice de 1,2 e Emanuelzinho, o “mais bem colocado” no ranking, teve índice de 0,6.
O pesquisador Mateus de Albuquerque, um dos idealizadores do estudo e vice-líder do Observatório de Elites Políticas e Sociais do Brasil, estabelece uma relação clara entre os deputados com maior índice e o alinhamento político da direita, assim como a defesa inegociável do setor agropecuário.
“Acho que isso significa que mesmo que a esquerda tenha grandes contradições ambientais, especialmente quando está no governo, ainda temos na direita o eixo central do antiambientalismo. O agro, com a força da Frente Parlamentar da Agropecuária e do Instituto Pensar o Agro, é o espaço primordial de articulação dessas pautas”, explica o pesquisador, que também é doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
José Medeiros é um dos bolsonaristas mais ferrenhos na Câmara e Nelson Barbudo é membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), um mediador direto dos interesses do agronegócio na Câmara Federal, o que ratifica o argumento do pesquisador.
Outros nomes que figuram no topo da lista, ao lado de Medeiros e Barbudo, são Kim Kataguiri (União-SP), Bibo Nunes (PL-RS), Delegado Éder Mauro (PL-PA) e Caroline de Toni (PL-SC).
Por outro lado, mesmo com índices menores em relação aos pares mato-grossenses, os resultados de Emanuelzinho e Juarez Costa não são motivo de comemoração.
Segundo Mateus de Albuquerque, os parlamentares que possuem uma atuação “mitigadora”, isto é, que contribuem para a redução da emissão de gases de efeito estufa, possuem um índice negativo (abaixo de zero).
“Quanto maior o índice, maior a emissão [de carbono]. Então os que estão em negativo são os deputados mitigadores, aqueles que contribuem para tirar gases da atmosfera. De modo geral, é perceptível que o Congresso é mais emissor que mitigador”, explicou o pesquisador ao GD.
Portanto, mesmo Emanuelzinho, aquele com o menor índice entre os deputados de Mato Grosso, colabora mais para o aumento do que para a redução da emissão de carbono.
Zeca
Segunda-Feira, 28 de Julho de 2025, 18h03Jairo
Segunda-Feira, 28 de Julho de 2025, 17h52SÉRIO
Segunda-Feira, 28 de Julho de 2025, 17h05José
Segunda-Feira, 28 de Julho de 2025, 16h09