A troca de farpas entre os deputados estaduais Thiago Silva (MDB) e Cláudio Ferreira (PTB), ambos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, tem se intensificado a cada nova declaração. Isso porque os dois são pré-candidatos à Prefeitura de Rondonópolis (216 km de Cuiabá) nas eleições de 2024 e brigam pelo mesmo eleitorado, ou seja, pelo voto de pessoas que se identificam com pautas "conservadoras" e com políticos que se declaram de direita, como é o caso de ambos os parlamentares. 

Os dois são moradores de Rondonópolis, exercem mandatos na Assembleia Legislativa e tentam se firmar como o nome da direita no município que é terceiro maior colégio eleitoral de Mato Grosso e o segundo em importância econômica quando se considera o PIB (Produto Interno Bruto). E, de antemão, um tenta deslegitimar a candidatura do outro.

Em sua entrevista mais recente, Thiago Silva alfinetou o rival ao afirmar que não é filiado a um partido que tem presidiário como integrante da cúpula nacional, uma referência ao ex-presidente da nacional do PTB, Roberto Jefferson, que está preso desde outubro do ano passado por descumprir medidas cautelares, resistência à ordem de prisão, atirar contra agentes da Polícia Federal com fuzis e arremessar granadas.

“Sou pré-candidato, cristão, democrata e conservador. Eu me considero como direita. Meu líder é Jesus Cristo, eu sou cristão e o presidente do meu partido é o Carlos Bezerra (MDB) e ele não usa tornolozeira eletrônica, o que é diferente do partido do Cláudio que usa tornozeleira eletrônica. Respeito todas as lideranças do Estado e não escondo meu líder”, disparou Thiago Silva, em entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real), da última quinta-feira (28).

Anteriormente, Thiago Silva já tinha soltado uma indireta ao rival político ao dizer que ele se escondia atrás da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro, já que Cláudio Ferreira está prestes a deixar o PTB para se filiar ao PL de Bolsonaro. Ferreira, por sua vez, concedeu entrevista questionando a "posição ideológica" de Tiago Silva, insinuando que seria um político de "esquerda", sendo classificado como “caco de vidro” por ficar em cima do muro.

Thiago Silva foi questioando sobre a declarção de político que se esconde atrás do ex-presidente e descoversou. “Quando eu falei isso, não falei especifico para o deputado Claudio, agora, se a carapuça serviu”, comentou ele. 

SERVIÇOS PRESTADOS

Apesar das trocas de farpas, ele pondera que o debate político deve ir além da polarização direita-esquerda. “Acho que aquele que tem serviços prestados é que precisa ter discurso. Então, como ele não tem nada para mostrar para a cidade de Rondonópolis, fica nesse discurso de direita e esquerda. Acho que isso é muito pouco. Se quiser fazer esse debate vamos fazer, mas acho que é um debate que precisamos ir além, discutir a vida do cidadão”, criticou ao ponderar que a Prefeitura de Rondonópolis não será comandada por Bolsonaro e nem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

“A gente vê alguns candidatados falarem mais de outros políticos do que deles mesmos. Acho que uma cidade do tamanho de Rondonópolis o candidato tem que ter vida própria, ter serviços prestados para Rondonópolis e tem que ter projetos para o futuro da cidade. A sociedade quer discutir os problemas e temos vários: mobilidade urbana, saúde, a educação que precisa ser melhora e quem vai sentar na cadeira são os candidatos, não é o Bolsonaro e nem o Lula (PT)”, finalizou.