A Câmara de Vereadores de Cuiabá arquivou o pedido do deputado estadual Gilberto Cattani (PL) para abertura de Comissão Processante contra a vereadora Maysa Leão (Republicanos) por possível quebra de decoro parlamentar.  O presidente da Câmara, vereador Chico 2000 (PL), acatou o parecer da Procuradoria Legislativa que não viu argumentos e fatos plausíveis do pedido de cassação.  

O pedido do parlamentar ocorreu após a vereadora denunciar que estava sendo ameaçada nas redes sociais do deputado, que teria "incentivado" críticas à vereadora.  Maysa Leão também denunciou Cattani à Comissão de Ética da Assembleia, que arquivou a queixa contra o deputado. Ela afirmou que irá recorrer da decisão.  

O Caso  

O deputado estadual Gilberto Cattani recortou trecho de uma entrevista da vereadora Maysa Leão, em que ela relatava o aumento dos casos de estupros e se posicionou contra a proposta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de castração química contra quem comete tal crime.  

Segundo ela, seria o mesmo que voltar a barbárie em tempos medievais e lembrou que a medida poderia atingir inocentes, já que existem caso, que se prova a inocência depois da prisão.  

Cattani postou em seu Instagram, distorcendo a fala, dizendo que a vereadora defendia estupradores. Diante disso, a parlamentar sofreu diversos ataques e ameaças de estupro e violência.  Maysa argumenta que o recorte é tendencioso e insinua que ela está defendendo os estupradores.

Diante da repercussão que a gravação ganhou, a parlamentar usou a Tribuna da Câmara para denunciar que ela e sua família estavam sofrendo ameaças de seguidores do deputado.    Ela alega ainda ter procurado Cattani de forma amigável pedindo que ele apagasse a publicação, o que, segundo ela, foi negado.

Com a resposta, a parlamentar encaminhou um ofício ao gabinete do bolsonarista, que informou que a publicação só seria removida diante ordem judicial.