Depois de quatro meses de trabalho à frente da Câmara de Cuiabá, o vereador Júlio Pinheiro (PTB) detectou que o rombo deixado pelo seu antecessor, João Emanuel (PSD), é quase R$ 2 milhões superior ao estimado inicialmente.
“Assim que assumimos a Mesa, fizemos um levantamento financeiro que apontou um déficit de pouco mais de R$ 8 milhões. No decorrer deste período, fomos aprofundamos e chegamos à quantia de R$ 10 milhões”, explica o novo presidente da Casa.
De acordo com o petebista, a diferença foi encontrada em débitos com o CuiabáPrev, com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e referente ao imposto de renda dos servidores.
“Trata-se do parcelamento da dívida com o CuiabáPrev, que não foi honrada em sua totalidade. Além de cerca de R$ 800 mil com o INSS e R$ 300 mil de imposto de renda”, especifica.
O chefe do Legislativo afirma que vem adotando as medidas possíveis para equacionar a conta e fechar o ano no azul. “Mas não vou negar que vamos ter um ano de muitas dificuldades financeiras”, diz.
Desde que assumiu a presidência da Câmara, Pinheiro vem lutando para reduzir o rombo que encontrou nas finanças. A primeira medida tomada foi exonerar todos os servidores comissionados da Casa. Isto possibilitou que fossem honrados os pagamentos de dezembro e do décimo terceiro aos funcionários efetivos.
Ainda neste sentido, o petebista optou por nomear apenas três secretários para auxiliarem sua gestão. Em contrapartida, aumentou o número de coordenadorias para dar agilidade ao trabalho. Os coordenadores possuem uma remuneração inferior a de secretário.
O parlamentar também esta revendo todos os contratos da Casa. “Consegui alguns avanços junto à prefeitura e ao Tribunal de Contas, mas ainda assim não foi o suficiente para solucionar todos os problemas. Estamos trabalhando pesado para nos adequar a esta realidade”, pontua.
Pinheiro assumiu a presidência do Legislativo em dezembro do ano passado após vencer uma eleição suplementar convocada em decorrência da renúncia de João Emanuel do cargo.
Antes disso, o social-democrata chegou a ser afastado pela Justiça do comando da mesa direta. Ele é suspeito de comandar um esquema de crimes de grilagem de terras, falsificação de documentos e desvio de recursos públicos.
A medida foi reflexo da operação “Aprendiz”, deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Hoje João Emanuel é acusado ainda de quebra de decoro parlamentar pela Comissão de Ética da Câmara. Ele corre o risco de perder o mandato.