O processo licitatório que prevê a contratação de empresa para fornecimento de veículos a Câmara Municipal de Cuiabá tem dividido os parlamentares. Dos 25 vereadores, cinco já se posicionaram contra a realização do certame, afirmando inclusive, que não aceitará nenhum carro cedido pela Mesa Diretora.
Outros, por sua vez, defendem a locação de veículos sob a justificativa de que irá trazer mais agilidade e produtividade às atividades parlamentares.
A licitação será realizada na modalidade tomada de preços e deverá ser publicada dentro de 10 dias. No total, serão locados 32 veículos, sendo 30 carros Hetach com motorização 1.0 e mais um ônibus e uma van.
Destes, 25 veículos serão disponibilizados aos vereadores, cinco ficarão para atender a administração. O ônibus e a Van, por sua vez, serão utilizados para implantar os projetos como a Câmara Móvel e Cuiabaninhos na Câmara.
Para o vereador Adevair Cabral (PSDB), primeiro-secretário da Casa, a população irá ganhar com essa licitação, tendo em vista que os parlamentares poderão estar com mais frequência nos bairros, ouvindo as reivindicações. “A Câmara Municipal vem trabalhando de forma deficitária há muito tempo, por falta de ferramentas essenciais de trabalho. É impossível você trabalhar dessa forma, sem recursos nenhum. Agora, o presidente Misael quer colocar a Câmara nos trilhos, colocar infraestrutura, levar conhecimento e informação aos bairros, mas está sendo criticado. Nós precisamos deste meio para buscar as reivindicações da população nos bairros, e quem tem a ganhar com tudo isso e apenas a população”, enfatizou o tucano.
Já o vereador Wilson Kero Kero (PSL) acredita que a produtividade dos serviços deve aumentar com a disponibilização de um veículo para atender as demandas de seu gabinete. “Um veículo vai dar um ganho de produtividade muito maior. Poderemos ter as equipes mais na ponta e fazer outros serviços que atendam a população”, pontuou.
O presidente do Legislativo, vereador Misael Galvão (PSB), por sua vez, reforça a necessidade de obter os serviços e disse que não teme as críticas. “Esta questão está no nosso plano de ação de trabalho, e nós estamos aqui para quebrar paradigmas. Optamos ser gestor, então temos que tomar decisões para poder avançar, e hoje essa questão da licitação dos carros está clara. A Câmara Municipal é o maior Parlamento Municipal de Mato Grosso e só temos dois carros, precisamos de mais condições de trabalho”, disse o presidente.
O grupo oposicionista, formado por cinco vereadores, entretanto, são contra a locação de carros para atender aos parlamentares. O vereador Abílio Junior (PSC), por exemplo, até concorda com o fato de administração precisar de meios para se locomover e realizar o seu trabalho, mas afirma que não há necessidade de haver locação de veículos para atender aos 25 parlamentares. “Para Câmara eu entendo que seja necessário. Agora, para mim não será necessário”, enfatizou.
O vereador Diego Guimarães (PP) acredita que se trata de um gasto desnecessário. ““Acho que a Câmara deveria pensar melhor sobre isso. “Embora não seja uma medida ilegal, é uma demonstração de gasto acima daquilo que hoje normalmente o cidadão médio precisa”, disse.
Já Marcelo Bussiki (PSB) afirma que a verba indenizatória, fixada atualmente no valor de R$ 19,8 mil, supre todas as necessidades do gabinete.
“Tenho usado meu veículo próprio desde o início do mandato para as atividades legislativas. Além disso, com a verba indenizatória eu tenho conseguido custear outros meios de locomoção para os meus servidores em atividade parlamentar”, pontuou.
Além da locação dos automóveis, o certame prevê a compra de combustível, cujo contrato atual se encerra em breve. Diferentemente da locação dos veículos, a compra do insumo será concretizada ainda no primeiro semestre.
Paulo Sergio
Quinta-Feira, 23 de Maio de 2019, 11h17Cidad?o MT
Quinta-Feira, 23 de Maio de 2019, 09h26