Apesar de ter deixado os deputados situacionistas satisfeitos, a sabatina realizada pela Comissão de Infraestrutura Urbana de Transporte da Assembleia Legislativa ao titular da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), Maurício Guimarães, levantou a bola para críticas da oposição ao Governo Silval Barbosa (PMDB). Guimarães foi convocado a prestar esclarecimentos acerca do relatório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) sobre a qualidade das obras de mobilidade urbana para o Mundial, bem como sobre seu andamento.
De acordo com o secretário, dentre as seis obras de Mato Grosso inclusas na matriz oficial de responsabilidades da Fifa, apenas a implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não será concluída até a Copa. Insatisfeita com os resultados apresentados, a deputada estadual Luciane Bezerra (PSB) cobrou que o governador venha a público reconhecer sua “incompetência” na condução dos preparativos. “A parte do atraso foi responsabilidade do Estado”, declarou, relembrando a explicação do secretário de que um dos motivos para a não conclusão do VLT teria sido a morosidade no processo de desapropriação urbana.
Ele justificou que nos últimos 20 anos nunca havia sido realizada uma desapropriação e o assunto ainda é muito recente ao longo dos quase 300 anos da Capital.Conforme a parlamentar, desde o começo se sabia que não era possível entregar o VLT até a Copa, desta forma não se justifica a licitação da obra por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) que, segundo a socialista, deverá causar um imbróglio jurídico devido à impossibilidade de aditamento financeiro do contrato ou, ainda, a confirmação do boato de que o consórcio pensa em abandonar a obra.
Líder do executivo na Assembleia, o deputado Hermínio J. Barreto (PR) afirmou que a “incompetência do Governo” só existe no pensamento da parlamentar. Ele afirma que, diante de todos os problemas enfrentados para a realização do Mundial, o resultado tem sido bastante positivo.Barreto ressalta que além das desapropriações, outros fatores impediram o normal andamento da obra, como troca de empresas, a interdição promovida pelo Ministé-rio Público. O republicano ainda pondera que a não conclusão do VLT, apesar de estar na matriz de responsabilidade, não afeta a realização do Mundial. Contudo, reconhece que houve precipitação na opção do Governo pela contratação por meio do RDC e admite a possibilidade de alteração do contrato após a Copa.