Crea aponta falhas grotescas em obras da Copa em Mato Grosso
Conteúdo do estudo será divulgado nesta semana pelos técnicos
Da Redação
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) analisou as obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014, de Cuiabá e Várzea Grande, e encontrou falhas de engenharia, de execução e “erros grotescos”. Os projetos também não têm qualquer tipo de acessibilidade para ciclistas, pedestres e pessoas com necessidades especiais.
Na próxima terça-feira 18, o Crea entregará à Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa do Mundo, da Assembleia, o relatório técnico das 11 visitas realizadas durante o segundo semestre do ano de 2013 e no início de 2014.
Conforme o engenheiro civil e conselheiro do Crea, André Luiz Schuring, em todas as obras há erros de engenharia e acabamento. Ele afirma que o que assustou a equipe técnica foi que as irregularidades eram tão “grotescas” que até mesmo pessoas sem formação acadêmica poderiam apontar as falhas.
Para o conselheiro, os erros são fáceis de ser resolvidos, porém é preciso saber se o governo irá cobrar que as empreiteiras façam os ajustes. ”O Estado vai ficar com a imagem manchada pelas obras inauguradas sem qualquer tipo de acabamento ou mal finalizadas. Pior ainda será receber os turistas deste modo”.
Conforme o coordenador de acessibilidade e mobilidade urbana do Crea, Givaldo Dias Campos, no que trata de acessibilidade a situação é “alarmante”. Ele afirmou que as obras não priorizaram os pedestres e na maioria dos casos as construções chegam a causar riscos para cadeirantes e idosos. “Fazer uma rampa com uma inclinação absurda não pode ser considerado acessibilidade. Para nós, acessibilidade é quando se executa um projeto tendo como base as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)”.
O coordenador disse ainda que a equipe analisou tanto as obras em execução quanto as que já foram entregues. Porém, ele afirmou que diversos problemas foram encontrados nos dois casos.
Nas intervenções, faltam sinalização e travessias para os pedestres. A demora na execução também foi apontada como um problema. “Por mais que o pedestre não entre dentro do canteiro de obras, ele circula e em muitos casos tem que atravessar, porém isto não foi analisado pelo governo. E eles acabam tendo que disputar espaço com os carros e com as obras.”
As construções que foram entregues também não atendem as normas de acessibilidade. A situação é ainda pior nas trincheiras. “No viaduto da UFMT, a sinalização para pedestres é praticamente inexistente, não foi feita a drenagem do local e ele alaga. Os pedestres optam por atravessar em outros pontos e se arriscam entre os carros. No viaduto do Despraiado simplesmente não tem calçada ou rampa para cadeirantes.” Procurada, a Secopa informou que só vai se manifestar após ter acesso ao relatório.
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Comentários (1)
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Elzis Carvalho | Sábado, 15 de Fevereiro de 2014, 22h0600
Isso não é novidade para ninguém. Até um leigo sabe que as obras estão mal acabadas.
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