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O empresário Elias Abrão Nassarden Júnior, dono da papelaria Livropel Comércio e Representações e Serviços e outras empresas supostamente de fachada, firmou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPE) na qual revela detalhes do esquema de fraude na Assembleia Legislativa de Mato Grosso que culminou em um desvio de R$ 62 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes na compra de material de escritório. O esquema, de acordo com as investigações que culminaram na Operação Imperador deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em fevereiro de 2015, revela que as fraudes vigoravam no período de 2005 a 2009.
O empresário Elias Nassarden deveria prestar depoimento ontem, mas a juíza Selma Arruda colheu apenas as declarações da ex-secretária de Estado de Cultura, Janete Riva, que é suspeita de validar a entrada de material de expediente que jamais foi entregue ao Legislativo enquanto exerceu a função de secretária de patrimônio do Legislativo. O depoimento de Elias Nassarden está programado para sexta-feira (28) a partir das 10h.
No depoimento prestado aos delegados e promotores de Justiça que compõem o Gaeco, Elias Nassarden revelou a participação de outros dois empresários na fraude que são Wilson de Oliveira, conhecido como “Wilson da Grafite”, dono da rede de papelaria Grafite em Várzea Grande e Cuiabá. O outro empresário é Augusto Menezes, dono da papelaria Uze, em Cuiabá. "Wilson presidiu a reunião e distribuiu os lotes entre os empresários combinando o valor da proposta de cada um e quem iria cobrir o valor da proposta de quem", declarou Nassarden.
Ambos aceitavam devolver dinheiro ao secretário geral do legislativo Edemar Adams (já falecido), desde que viesse a ser beneficiado com contratos na Assembleia Legislativa. Nassarden explicou que ficava com apenas 12% do valor recebido, devolvendo 88% ao ex-secretário da Assembleia. "Que não sabe ao certo se o Wilson ficava com a mesma porcentagem que aquela combinada com o declarante, porém era ele quem comandava as reuniões para dividr os lotes, conforme havia dito", informou.
A participação de Wilson de Oliveira, que chegou a ensaiar candidatura a prefeito de Várzea Grande neste ano, surpreende o Ministério Público. Na primeira ação penal da "Operação Imperador", em que figura como réu apenas o ex-deputado José Riva, o empresário foi arrolado como testemunha do Ministério Público Estadual.
Segundo o órgão, a empresa dele era quem realmente fornecia produtos de papelaria e materiais de escritório ao poder Legislativo. Enquanto isso, as empresas criadas por Elias Nassarden serviam apenas para emitir notas fiscais e desviar o dinheiro público.
Ainda no depoimento, o empresário Elias Nassarden revelou que o esquema de fraude tinha a chefia do ex-deputado estadual José Riva, que alternava nas funções de presidente do Legislativo e primeiro secretário, cargos de maior prestígio na Mesa Diretora.De acordo com o depoimento de Nassarden, no final de 2006 entregou a José Riva uma caixa contendo aproximadamente R$ 200 mil a R$ 300 mil que seria a devolução de parte do dinheiro desviado do esquema fraudulento.
REVOLTA
Quinta-Feira, 27 de Outubro de 2016, 18h07Indignado
Quarta-Feira, 26 de Outubro de 2016, 15h38empresario
Quarta-Feira, 26 de Outubro de 2016, 13h37clara
Quarta-Feira, 26 de Outubro de 2016, 13h30Ilze
Quarta-Feira, 26 de Outubro de 2016, 11h26renato
Quarta-Feira, 26 de Outubro de 2016, 11h17Joel do Gl?ria
Quarta-Feira, 26 de Outubro de 2016, 09h59