A deputada estadual Janaina Riva (MDB) apresentou nesta quarta-feira (4) um requerimento de convite ao secretário estadual de Educação, Allan Porto, e à secretária adjunta executiva da pasta, Flávia Emmanuelle, para que compareçam à Assembleia Legislativa na próxima semana. O objetivo é discutir, de forma urgente, o número insuficiente de merendeiras para atender a demanda alimentar nas escolas da rede estadual de ensino.
De acordo com a parlamentar, há uma sobrecarga física e emocional imposta às servidoras que preparam e distribuem as refeições nas unidades escolares. “Essa pauta precisa ser analisada também sob a perspectiva de gênero. As nossas merendeiras estão adoecendo. É humanamente impossível uma mulher cozinhar para 250 crianças sozinha dentro de uma escola. Isso tem causado afastamentos por atestado e exaustão física”, denunciou Janaina durante fala no plenário.
Atualmente, segundo ela, o número de profissionais destinado às escolas é extremamente limitado: duas merendeiras para unidades com até 500 alunos e apenas três quando a escola ultrapassa esse número. “Imaginem o que é preparar três refeições por dia para centenas de estudantes, carregar panelas gigantescas, higienizar os alimentos, receber os produtos e ainda lidar com a logística da distribuição. Isso não é política de cuidado com servidor público”, afirmou.
A parlamentar também propôs uma visita in loco da Comissão de Educação da Assembleia para acompanhar uma manhã de trabalho ao lado dessas profissionais. “A gente precisa sentir na pele essa rotina. Ouvir diretamente as merendeiras, ver o esforço de cada uma delas e entender que essa realidade precisa ser urgentemente revista”, reforçou.
Janaina destacou ainda que há casos em que escolas deixam de oferecer todas as refeições previstas por falta de estrutura mínima para execução do trabalho, o que impacta diretamente os alunos em período integral. “Há escolas que não conseguem nem entregar a fruta para as crianças porque não têm equipe suficiente. Isso é gravíssimo”, alertou.
O requerimento, segundo a deputada, é um convite prévio ao diálogo. “Antes de qualquer medida mais dura, queremos ouvir o secretário, abrir esse debate e buscar soluções conjuntas. Mas se não houver sensibilidade por parte do Executivo, vamos evoluir para a convocação”, finalizou.
Indigninadissimo
Quarta-Feira, 04 de Junho de 2025, 16h50