Em entrevista à rádio Cultura, o deputado estadual e presidente do PSDB em Mato Grosso, Carlos Avallone (PSDB), reafirmou que está trabalhando para viabilizar sua candidatura à Prefeitura de Cuiabá, nas eleições de 2024. Segundo o parlamentar, o pedido partiu da Executiva Nacional, comandada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

“Eu sou um cara partidário e não estava nos meus planos ser candidato a prefeito em Cuiabá. Não tinha esse interesse, mas esse apelo feito pela executiva nacional, principalmente pelo Eduardo Leite, mexeu comigo, então estou trabalhando nisso. Tenho procurado partidos, conversado com o Max [Russi], com outros presidentes de partido e vamos ver se a gente consegue dar uma posição para o PSDB até o Carnaval no máximo”, contou Carlos Avallone.

Avallone, ainda, comparou a polarização entre direita e esquerda com a guerra entre Israel e Hamas e afirmou que sua candidatura surgirá como uma “terceira via”. “Sempre fui um cara moderado, de consenso, de entendimento. Entendo que a conversa é o melhor caminho da política é conversa. Vejo que essa postura é o ideal para o que está acontecendo. Um país dividido, entre direita e esquerda, não nunca tivemos isso, aí acontece uma guerra que nem essa de Israel e Hamas, que acaba acontecendo quando você tem muito ódio, muita briga, vai chegar uma hora que isso explode. Lá explode numa guerra e aqui em crises desnecessárias que tem condições de resolver com uma conversa”, opinou Avallone.

Trazendo o contexto de brigas políticas para Mato Grosso, o legislador citou como exemplo a picuinha entre o governador Mauro Mendes (UB) e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) que não falam a mesma língua. Para Avallone, a rivalidade entre os dois vai, de certa forma, beneficiar o PSDB, que adota uma postura neutra.

“Em Mato Grosso, você vê uma guerra que não tem sentido, que é o governador e o prefeito da Capital Emanuel Pinheiro, ninguém entende, só eles. Essas posturas não são boas. As pessoas têm que entender temos que ter outros caminhos. Quem colocou os dois lá foi o povo e tem que respeitar a opinião do povo. Eu vejo isso com naturalidade e vejo que está trazendo muita gente para o PSDB e vamos sair com um tamanho diferente do que temos hoje, vamos ter um protagonismo diferente nas eleições de 2026 e o pleito de 2024 vai nos legitimar para isso”, pontuou.

POLÊMICA COM FAISSAL CALIL

Apesar da conduta morna e com poucas polêmicas, o PSDB tem ganhado as manchetes devido a intenção do deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) em deixar a agremiação que faz parte e migrar para o Partido Liberal. Isso porque o Cidadania compõe uma Federação ao lado do PSDB e Avallone já deixou claro que se depender dele, não concederá a carta de liberação.

Insatisfeito, Calil fez duras críticas ao colega de Parlamento e afirmou que não iria permitir que partido nenhum o colocasse “cabresto”. À ocasião, também afirmou que o tema seria tratado com o presidente do Cidadania, Marco Marrafon.

Questionado sobre o assunto, Avallone reiterou que não iria conceder o documento. Contudo, afirmou que a saída de Calil será debatida com os demais membros da Executiva estadual. “Se precisar, eu sou contra. Eu nunca dei autorização para ninguém e não pretendo dar para o Calil. Mas, não sou dono do PSDB, sou presidente. Quem vai decidir isso é a Executiva do PSDB. Vamos reunir e vamos apresentar a demanda dele, vou dar a minha opinião, votar e informa-lo, democraticamente”, esclareceu.